Otimização da Fermentação a Frio do Sikhae de Ostra com a Bactéria Leuconostoc citreum SH-02

Editado por: Olga Samsonova

Pesquisadores confirmaram a viabilidade industrial da utilização da cepa bacteriana *Leuconostoc citreum* SH-02 como cultura iniciadora no processo de fermentação a frio do sikhae de ostra, uma iguaria tradicional coreana. Este avanço representa um marco significativo no enfrentamento dos desafios inerentes à fermentação de produtos do mar. A cepa permite assegurar uma atividade microbiana robusta e a segurança do produto mesmo sob condições de armazenamento em baixas temperaturas, abrindo assim caminhos promissores para a escalabilidade comercial da produção.

Os microrganismos lácticos, aos quais pertence o gênero *Leuconostoc*, desempenham um papel central na biotecnologia alimentar. Eles são responsáveis pela transformação das matérias-primas, conferindo-lhes novas características organolépticas. A cepa *L. citreum* SH-02 desenvolvida especificamente demonstra notável eficiência na acidificação do meio. Simultaneamente, ela exerce uma ação inibidora sobre o crescimento de microrganismos indesejados que causam deterioração. Este mecanismo duplo garante a preservação da modulação autêntica do sabor e a obtenção da textura ideal no produto final. Análises sensoriais evidenciaram uma melhoria nas qualidades gustativas, destacando-se uma acidez equilibrada e um sabor umami pronunciado, fatores cruciais para satisfazer as expectativas dos consumidores.

O emprego desta cultura específica garante um controle rigoroso sobre a formação de aminas biogênicas tóxicas. Este controle é um pilar fundamental na segurança dos alimentos, especialmente em produtos fermentados derivados de frutos do mar. Por meio de análises moleculares detalhadas, foi possível mapear os agrupamentos genéticos específicos que conferem ao *L. citreum* SH-02 sua singular resistência ao frio e alta eficácia em processos conduzidos a baixas temperaturas. Em contraste com os métodos tradicionais que exigem etapas de aquecimento, a aplicação desta cultura iniciadora padronizada simplifica substancialmente o ciclo produtivo e minimiza as variações entre lotes distintos.

No panorama mais amplo da biotecnologia, outras estirpes do gênero *Leuconostoc*, como o *L. mesenteroides*, são historicamente empregadas para iniciar a fermentação de matérias-primas vegetais. Contudo, a adaptação e aplicação de cepas especializadas, como a *L. citreum* SH-02, a produtos delicados de origem marinha, como o sikhae de ostra, sinaliza um aprofundamento no domínio dos processos biotecnológicos. A fermentação controlada, possibilitada por esta cultura, permite que os produtores assegurem aos seus clientes um perfil de sabor e textura consistentes, além do cumprimento estrito dos limites regulatórios para metabólitos indesejáveis.

A introdução desta metodologia representa uma mudança de paradigma, afastando-se dos processos quentes, demorados e intensivos em energia, em direção a soluções biotecnológicas mais sustentáveis e controláveis, baseadas em baixas temperaturas. Operar sob temperaturas reduzidas implica um menor consumo energético quando comparado às fermentações quentes convencionais, resultando na diminuição da pegada de carbono da produção. Tal evolução alinha-se perfeitamente com a tendência atual da indústria alimentícia de buscar maior gerenciabilidade e responsabilidade ambiental em suas operações.

Fontes

  • Scienmag: Latest Science and Health News

  • BIOENGINEER.ORG

  • ACS Energy Letters

  • Eye & Ear Foundation of Pittsburgh

  • R Discovery

  • Sacco System

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