Queijo de Ovelha da Ístria Obtém Estatuto de Denominação de Origem Protegida da União Europeia
Editado por: Olga Samsonova
O Queijo de Ovelha da Ístria, um produto central na herança culinária da península, alcançou formalmente o estatuto de Denominação de Origem Protegida (DOP) pela União Europeia. Este reconhecimento estabelece-o como o 52.º produto croata a integrar o sistema de qualidade da UE, um marco que sublinha a valorização das tradições agroalimentares regionais. A obtenção desta proteção europeia é o resultado de um esforço coordenado entre associações de criadores de ovinos e caprinos da Croácia e da Eslovénia, demonstrando uma colaboração transfronteiriça para salvaguardar um património gastronómico partilhado.
Este queijo, caracterizado por um sabor pleno, saboroso e picante, é produzido integralmente a partir do leite da raça ovina autóctone da Ístria, cujos animais pastam em áreas que abrangem ambas as nações. A sua textura é descrita como semi-elástica, mas fatiável, com o perfil gustativo a aprofundar-se significativamente com o período de maturação. A proteção DOP é fundamental para a continuidade das técnicas de produção locais e para o suporte económico dos produtores da região, seguindo o precedente de outros produtos protegidos conjuntamente, como o Presunto da Ístria.
A Denominação de Origem Protegida (DOP) representa o nível mais elevado dos três sistemas de certificação da UE para produtos agrícolas, assegurando que a produção, transformação e elaboração ocorram exclusivamente numa área geográfica delimitada, conforme os regulamentos europeus. O processo para a proteção do nome “Queijo de Ovelha da Ístria” ou “Istarski ovčji sir” implicou a submissão de um pedido conjunto à Comissão Europeia, após a obtenção da proteção nacional transitória em ambos os Estados-Membros, Croácia e Eslovénia, noticiada em janeiro de 2022. A matéria-prima essencial, o leite de ovelha, deve ser obtida exclusivamente de animais criados na região da Ístria, que se estende pelas partes croata e eslovena da península.
A tradição de produção de queijos na Ístria é vasta, abrangendo variedades de leite de cabra e vaca. O queijo de ovelha em questão possui uma história milenar na região, mantendo-se como um componente da produção agrícola tradicional através de conflitos e despovoamento. A sua excelência reside na ligação intrínseca ao meio geográfico específico, englobando fatores naturais e humanos, como a flora e fauna singulares da região adriática. O leite é coagulado com coalho, podendo ser cru ou pasteurizado, resultando num queijo de pasta dura e teor gordo. A maturação prolongada é um aspeto chave, desenvolvendo sabores complexos e conferindo-lhe uma textura firme, mas que permite o corte em fatias.
A raça de ovelha autóctone, a Pramenka da Ístria, historicamente vital para a economia da região do Karst e Ístria, gera rendimento através da venda de leite, queijo e lã, embora a sua população esteja classificada como criticamente ameaçada, com cerca de 930 animais registados no livro genealógico. A atribuição do estatuto DOP ao Queijo de Ovelha da Ístria reforça a importância da preservação destas raças e dos métodos pastoris ancestrais que definem a qualidade final do produto, consolidando o seu estatuto como marca de excelência turística e de restauração da Ístria.
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Fontes
Agroklub.com
Croatia Week
Agroklub.com
Ministarstvo poljoprivrede
Ruralni razvoj
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