Gastronomia Italiana Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO
Editado por: Olga Samsonova
A gastronomia da Itália, um sistema cultural que integra sustentabilidade e diversidade biocultural, foi formalmente inscrita na lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. A ratificação ocorreu por decisão unânime do Comitê Intergovernamental durante suas deliberações em Nova Deli, na Índia, em 10 de dezembro de 2025. Este reconhecimento consagra a culinária de uma nação inteira, distinguindo-a de reconhecimentos anteriores focados em práticas ou pratos isolados, como a arte dos pizzaiolos napolitanos.
A UNESCO descreveu a cozinha italiana como uma "fusão cultural e social de tradições culinárias", representando um método de autocuidado, expressão de afeto e reconexão com as raízes culturais, servindo como um meio para as comunidades narrarem sua história. O reconhecimento oficializa a importância dos produtores rurais, os "cuochi contadini", e das produções agrícolas locais, com exemplos notáveis na região da Calábria. As autoridades italianas veem esta chancela como uma validação global de um modelo cultural robusto e um ativo estratégico para a economia nacional.
A primeira-ministra Giorgia Meloni celebrou o momento como uma honra para a identidade italiana, afirmando que a cozinha transcende a alimentação, constituindo cultura, tradição, trabalho e riqueza. O governo sustenta que este sistema alimentar se baseia em cadeias de produção que aliam excelência e sustentabilidade, abrangendo desde o cultivo até a maestria dos chefs e a dedicação dos restauradores. O valor econômico da culinária italiana no cenário global é substancial, estimado em 251 bilhões de euros, um aumento de cinco por cento em relação ao período anterior, segundo dados do Foodservice Market Monitor 2025 da Deloitte. Este montante reflete a força da gastronomia italiana no setor de restaurantes com serviço ao redor do mundo, correspondendo a 19% do mercado global de full service restaurant, com os Estados Unidos e a China respondendo conjuntamente por mais de 65% da demanda mundial.
Para proteger este patrimônio, foram anunciadas medidas institucionais específicas, incluindo a criação da Academia de Cultura Alimentar e Vinho Italiana, focada em capacitação profissional. Adicionalmente, foi estabelecido o Observatório Internacional sobre Culinária Italiana e Bom Gosto, uma estrutura de monitoramento destinada a salvaguardar e promover este ativo cultural. A Itália agora detém um total de 21 bens culturais imateriais reconhecidos pela UNESCO, nove dos quais estão diretamente ligados ao setor agroalimentar, um recorde mundial em proporção aos seus reconhecimentos totais.
A candidatura, intitulada "Cozinha Italiana: Entre Sustentabilidade e Diversidade Biocultural", defendeu a gastronomia como um ecossistema cultural dinâmico, moldado por tradições, sazonalidade de ingredientes e um forte senso de comunidade, com práticas que combatem o desperdício e promovem o aprendizado intergeracional. Este status também é considerado uma ferramenta para combater a proliferação de imitações e a concorrência desleal no mercado internacional, complementando esforços educacionais contínuos que exploram a ligação entre a língua e a gastronomia, como os oferecidos em colaboração com a Universidade de Ciências Gastronômicas de Pollenzo.
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Fontes
ReggioTV Canale 14
LaPresse
Fanpage
Unesco Commissione Nazionale Italiana per l'Unesco
Ambasciata d'Italia Abuja
Food Affairs
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