Autoridade de Publicidade do Reino Unido Proíbe Anúncios da Superdry, Nike e Lacoste por Alegações Ambientais Não Comprovadas
Editado por: Katerina S.
A Autoridade de Padrões de Publicidade (Advertising Standards Authority, ASA) do Reino Unido tomou a decisão de banir materiais promocionais de três grandes varejistas de moda: Superdry, Nike e Lacoste. O cerne da proibição reside na insuficiência de evidências concretas para sustentar o uso de termos ambientais ambiciosos, como sustentável ou estilo sustentável, nas suas campanhas. Esta ação regulatória faz parte de uma fiscalização mais ampla e direcionada que o órgão tem conduzido no setor de vestuário, visando especificamente alegações ecológicas. Curiosamente, a atenção inicial sobre estes anúncios foi despertada por sistemas de inteligência artificial projetados para identificar publicidade potencialmente enganosa no mercado.
A Lacoste foi alvo de escrutínio devido a uma campanha que promovia vestuário infantil sob o rótulo de “Roupa Sustentável [...]”. Embora a marca tenha apresentado dados que demonstravam uma redução na pegada de carbono, verificados pela iniciativa Science Based Targets, e confirmando que aproximadamente 78% das peças infantis vendidas online eram feitas de tecidos certificados, a empresa acabou por reconhecer a dificuldade em comprovar categoricamente conceitos amplos como “sustentável”. Após a ASA sinalizar a não conformidade com os padrões estabelecidos, a Lacoste retirou prontamente o anúncio em questão.
No caso da Nike, o anúncio contestado referia-se a “Materiais Sustentáveis” em camisas polo de tênis, sendo considerado excessivamente categórico pela ASA. A gigante americana argumentava que a menção se aplicava a produtos que continham no mínimo 50% de conteúdo reciclado, citando a redução de CO2 equivalente calculada pela ferramenta Higg MSI. Contudo, a ASA determinou que a alegação era absoluta e, portanto, exigia um nível muito elevado de comprovação, o que não foi fornecido. O regulador destacou a ausência de provas que garantissem a inexistência de danos ambientais ao longo de todo o ciclo de vida daquelas camisas.
De forma análoga, a alegação da Superdry sobre “Estilo Sustentável” foi julgada como passível de induzir o consumidor ao erro. A conclusão da ASA foi que termos ambientais não qualificados tendem a sugerir uma ausência total de impacto negativo no meio ambiente, algo que a Superdry não conseguiu demonstrar em relação ao ciclo de vida completo dos seus artigos. Apesar de a Superdry ter defendido que os consumidores entenderiam a publicidade como indicando que os produtos da coleção eram ou estilosos, ou possuíam atributos ecológicos, ou ambos, a ASA considerou o termo “sustentável” desacompanhado de especificações como ambíguo e demandante de um alto grau de verificação factual.
Em consequência direta destas avaliações, as três empresas receberam ordens formais para assegurar, no futuro, um elevado grau de verificabilidade e clareza no escopo de quaisquer declarações ambientais que façam de forma absoluta. Estes processos regulatórios inserem-se numa campanha mais vasta do órgão fiscalizador britânico para combater as práticas de *greenwashing* que podem enganar consumidores que procuram fazer escolhas de consumo mais ecológicas. É importante notar que, anteriormente, marcas como Innocent, Wizz Air, Lloyds e Total Energies também foram alvo de proibições da ASA por exagerarem os seus benefícios ambientais.
10 Visualizações
Fontes
Retail Gazette
Evening Standard
Evening Standard
The Guardian
The Independent
Leia mais notícias sobre este tema:
Encontrou um erro ou imprecisão?
Vamos considerar seus comentários assim que possível.
