BYD Planeia Lançamento de Hatchback Híbrido Plug-in Menor para o Mercado Europeu em 2026

A BYD, gigante chinesa no setor de veículos de novas energias, está a delinear uma manobra estratégica no mercado europeu com a introdução planeada de um novo *hatchback* híbrido plug-in (PHEV) no segmento B, com lançamento previsto para 2026. Este modelo deverá ser o PHEV mais compacto e potencialmente o mais económico da marca no continente, representando um esforço deliberado para se adaptar às preferências regionais, distanciando-se da adaptação direta de modelos do mercado doméstico chinês.

A executiva da BYD, Stella Li, confirmou que este veículo será o primeiro desenhado especificamente para o público europeu, um passo notável face aos nove modelos atualmente disponíveis que foram adaptados do mercado chinês. O novo veículo de segmento supermini terá um comprimento aproximado de quatro metros, visando estabelecer concorrência direta com rivais estabelecidos que utilizam sistemas híbridos convencionais, como o Toyota Yaris e o Renault Clio. Espera-se que esta nova proposta utilize a tecnologia de propulsão DM-i, similar à aplicada no *crossover* Atto 2 DM-i.

A relevância desta iniciativa reside na expansão do portfólio PHEV da BYD na Europa, num contexto em que a procura por veículos totalmente elétricos (BEV) enfrenta um abrandamento em mercados cruciais, como a Alemanha, onde as vendas de BEV caíram 30% no final do ano passado. A aposta nos PHEVs, ou “Super Híbridos Plug-in”, como a marca os denomina, é considerada fundamental para consolidar a presença da BYD no continente, onde os híbridos têm demonstrado um crescimento robusto, exemplificado pelo sucesso do Seal U DM-i, que representou 32% das vendas totais da BYD na Europa em fevereiro.

A produção local constitui um pilar central desta estratégia de enraizamento europeu. A fábrica de montagem de veículos de nova energia da BYD em Szeged, Hungria, está programada para iniciar a produção de veículos de passageiros no final de 2025, com os primeiros modelos a serem o Dolphin Surf EV e o Atto 3. A localização em Szeged é estratégica, pois a produção na União Europeia permite à BYD mitigar potenciais tarifas de importação impostas pela Comissão Europeia sobre veículos fabricados na China. Embora a produção inicial na unidade húngara se concentre em BEVs, com uma capacidade projetada de 150.000 veículos por ano em 2025, a introdução de novos modelos, como o *hatchback* em análise, deverá seguir-se para otimizar a utilização das capacidades instaladas.

A tecnologia DM-i, na qual o motor a combustão atua primariamente como gerador para carregar a bateria, visa replicar a experiência de condução de um VE, oferecendo binário instantâneo e níveis ajustáveis de travagem regenerativa. A BYD, já líder mundial na produção de PHEVs, está a acelerar o ciclo de desenvolvimento, visando lançar variantes híbridas pouco tempo após a estreia de um modelo elétrico. A expansão da rede de retalho acompanha este esforço, com a BYD a planear mais de 2.000 pontos de venda em toda a Europa até ao final de 2026. Este movimento sinaliza uma abordagem multifacetada da BYD, que reconhece a necessidade de equilibrar a sua oferta de BEVs com a forte procura europeia por soluções PHEV eficientes e de longo alcance, como demonstrado pela autonomia total de até 1.020 quilómetros que o Atto 2 DM-i promete.