Universalidade do Som "Mama" Fundamentada na Biologia da Vocalização Infantil, Aponta Estudo
Editado por: Vera Mo
A notável semelhança na palavra para "mãe" em idiomas tão díspares quanto o suaíli, o japonês e o russo, frequentemente centrada no fonema "mama", possui raízes na biologia humana e nos estágios iniciais do desenvolvimento da fala. Este fenômeno, analisado por linguistas, transcende fronteiras de famílias linguísticas, apontando para uma origem compartilhada na articulação vocal humana. Exemplos globais incluem o *mama* em suaíli, *мама* (*mama*) em russo e *mama* em japonês, ilustrando uma tendência robusta que não se deve a empréstimos culturais diretos, mas sim a uma capacidade humana pré-linguística inerente.
A base dessa universalidade reside na fonética da vocalização infantil. Bebês, em sua exploração natural, emitem sons que se simplificam em combinações repetitivas de consoante-vogal. As consoantes bilabiais como /m/, /p/ e /b/, combinadas com a vogal aberta /a/, são as mais fáceis de articular, resultando organicamente em variações de "ma-ma" ou "pa-pa" durante o balbucio. Pesquisas, como a conduzida pela Universidade da Colúmbia Britânica, indicam que o cérebro dos infantes demonstra maior atividade neural ao processar esses sons repetitivos e familiares, sugerindo uma predisposição neural para reconhecê-los precocemente.
Sons bilabiais como /p/, /b/ e /m/ são tipicamente os primeiros a se desenvolverem, estando geralmente consolidados até os dois anos de idade, com o balbucio inicial de sons únicos ocorrendo por volta dos quatro meses. O linguista Roman Jakobson, em seu trabalho de 1962, "Why Mama and Papa?", postulou que o som 'M' em 'mama' deriva do murmúrio nasal produzido pelo bebê durante a amamentação, sugerindo que o som inicialmente sinaliza alimento ou conforto antes de adquirir formalmente o significado de "mãe". Essa associação inicial com a amamentação solidifica a conexão, pois os pais naturalmente associam esses sons reconfortantes ao cuidador principal, estabelecendo "mama" como um termo de segurança.
A facilidade articulatória é um fator chave, pois sons como /m/ e /a/ são produzidos com o mínimo de esforço motor, diferentemente de consoantes mais complexas que se desenvolvem tardiamente. O som 'a' é a vogal mais fácil, exigindo ausência de movimento da língua ou lábios. Essa base fonética universal, que também se estende a conceitos como negação ou dor, fortalece a teoria de que as camadas mais primitivas da linguagem são construídas sobre experiências humanas compartilhadas e a exploração motora da fala. A persistência do som "mama" ressalta um vínculo emocional poderoso e universal: a conexão materna.
A universalidade do "mama" demonstra que a aquisição da linguagem começa com um repertório fonético limitado e fácil de produzir, que é então moldado pelo ambiente social. Quando os bebês emitem esses sons repetitivos, os pais os reforçam, criando um ciclo de feedback que transforma o balbucio em vocábulos com significado. Este processo reflete a arquitetura vocal humana básica, um ponto de partida comum para a comunicação humana em escala global, independentemente das tradições culturais subsequentes.
Fontes
ElPeriodico.digital
EBNW Story
Wikipedia
Parent.com
Grammar Girl
uTalk
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