Bancos Penalizados por Transações com Jeffrey Epstein em Meio a Investigações em Andamento

Gigantes financeiras JPMorgan Chase e Deutsche Bank enfrentaram penalidades significativas devido às suas transações passadas com o financista Jeffrey Epstein.

O JPMorgan Chase chegou a um acordo de US$ 290 milhões com vítimas de tráfico sexual e abuso, um valor consideravelmente maior do que os US$ 75 milhões acordados pelo Deutsche Bank em um caso semelhante. Adicionalmente, o JPMorgan Chase pagou US$ 75 milhões às Ilhas Virgens Americanas para resolver alegações de que facilitou os atos de tráfico sexual de Epstein. O Deutsche Bank foi multado em US$ 150 milhões por reguladores do estado de Nova York devido à falha em monitorar adequadamente as contas de Epstein, permitindo que milhões em transações suspeitas passassem despercebidos. O banco também chegou a um acordo de US$ 75 milhões com vítimas de Epstein.

Essas ações sublinham o intenso escrutínio que as instituições financeiras enfrentam em relação às suas associações com indivíduos envolvidos em atividades ilícitas.

O JPMorgan Chase manteve Epstein como cliente por mais de uma década, processando mais de US$ 1,1 bilhão em transações e ignorando repetidamente alertas internos sobre atividades suspeitas. Ações de conformidade e alertas de funcionários, alguns datando de 2006, foram frequentemente desconsiderados em favor da manutenção de um cliente lucrativo. O banco admitiu que seu relacionamento com Epstein "foi um erro" e que "nunca teria continuado a fazer negócios com ele se acreditasse que ele estava envolvido em uma operação contínua de tráfico sexual". No entanto, o banco só sinalizou retroativamente milhares de transações de Epstein como suspeitas após sua prisão em 2019.

A decisão de cortar laços com Epstein pelo JPMorgan Chase ocorreu apenas em 2013, após o que ele transferiu cerca de US$ 176 milhões para o Deutsche Bank. O Deutsche Bank aceitou Epstein como cliente em 2013, após ele ter sido dispensado pelo JPMorgan Chase. O banco processou mais de US$ 7 milhões em pagamentos a supostos co-conspiradores e mais de US$ 800.000 em saques suspeitos. O banco admitiu ter cometido um "erro fundamental" ao aceitar Epstein como cliente, classificando-o como "alto risco" desde o início de sua relação comercial em 2013. O banco falhou em investigar ou bloquear transações com "co-conspiradores nomeados" e em questionar os gastos de Epstein em dinheiro.

Paralelamente a essas ações, o Senador Ron Wyden introduziu a legislação "Produce Epstein Treasury Records Act" (PETRA), que exige que o Secretário do Tesouro relate atividades suspeitas relacionadas a Epstein e seus associados. Essa legislação visa trazer à luz as redes financeiras que sustentaram a empresa criminosa de Epstein, com os arquivos em questão detalhando transações que totalizam pelo menos US$ 1,5 bilhão e podem revelar potenciais violações das leis federais de combate à lavagem de dinheiro por parte do JPMorgan Chase e outros bancos. Wyden tem buscado esses registros desde 2022, enfrentando resistência do Tesouro em fornecer os documentos completos.

Esses acordos e multas destacam a importância crítica de uma conformidade rigorosa e de sistemas de monitoramento robustos dentro das instituições financeiras para prevenir o envolvimento em atividades ilícitas e mitigar danos reputacionais significativos. A falha em aderir a essas regulamentações pode resultar em severas penalidades financeiras e operacionais, além de impactar a confiança dos investidores e o valor da empresa.