Presidente Sérvio Propõe Redução da Duração das Aulas para Foco na Era Digital
Editado por: Olga Samsonova
A educação progressista busca incessantemente métodos pedagógicos que se harmonizem com as demandas contemporâneas dos estudantes, questionando estruturas tradicionais como o formato de aula de 45 minutos. Em um movimento que sinaliza uma reavaliação do processo de ensino-aprendizagem, o Presidente sérvio, Aleksandar Vučić, anunciou no final de 2025 uma sugestão para diminuir a duração padrão do período letivo, antecipando novas diretrizes educacionais após a virada do ano. Esta iniciativa visa primordialmente aprimorar a capacidade de foco e a atenção dos alunos, dado que especialistas apontam que a retenção de foco raramente se sustenta por todo o intervalo de 45 minutos.
A tendência acadêmica para aulas mais curtas possui precedentes históricos. A padronização de 50 minutos, defendida pela Carnegie Foundation for the Advancement of Teaching através da sua 'Carnegie Unit', já foi objeto de debate. Pesquisas anteriores, como um estudo de 1945 focado no treinamento de fuzileiros navais pela Universidade de Illinois, defendiam durações médias de 40 minutos. O endosso a essa perspectiva vem de profissionais da psicologia, como Jelena Manojlović, que correlaciona a diminuição da capacidade de atenção com a aceleração do estilo de vida atual e a onipresença de conteúdo de vídeo ultracurto nas mídias sociais.
Manojlović postula que aulas mais concisas exigiriam um currículo mais enxuto e focado, priorizando a assimilação profunda e a retenção de conhecimento a longo prazo em detrimento da memorização superficial para avaliações. Em paralelo, o sociólogo Bojan Panaotović apoia a consideração da mudança, enfatizando que a qualidade do ensino deve prevalecer sobre a mera quantidade de tempo em sala. Contudo, ele adverte que sessões de 30 minutos, por exemplo, necessitariam de uma intensidade didática extremamente elevada para serem eficazes.
A psicóloga Jovana Stojković acrescenta um dado relevante, notando que crianças menores de 15 anos estão em constante estimulação por mídias como o TikTok, resultando em lapsos de atenção que podem ser tão breves quanto oito segundos. Ela alerta que essa superexposição digital pode prejudicar o desenvolvimento sináptico, ressaltando que os primeiros 20 minutos de uma lição são os mais propícios para a absorção de conteúdo. Contrariando a proposta, há vozes acadêmicas que alertam para o risco de encurtar o tempo letivo, argumentando que os 45 minutos atuais já englobam momentos cruciais de revisão e planejamento de atividades.
Em contraste com a proposta sérvia, sistemas educacionais em países como Alemanha e Áustria frequentemente mantêm aulas com duração mínima de 50 minutos, e o formato de blocos interativos de 90 minutos demonstrou resultados positivos em certos contextos. Vale ressaltar que, durante a pandemia de coronavírus, as aulas na Sérvia já haviam sido temporariamente ajustadas para 30 ou 35 minutos, estabelecendo um precedente prático para a redução. A discussão sobre a duração da aula não é nova; em 2011, em Portugal, o Ministério da Educação reverteu a obrigatoriedade das aulas de 90 minutos para ciclos específicos, permitindo a escolha entre 45 ou 90 minutos, com diretores notando a dificuldade de manter a concentração dos alunos mais jovens por períodos mais longos.
O debate em torno da proposta do Presidente Vučić mobilizou discussões especializadas sobre a modernização do aparato pedagógico na Sérvia. A necessidade de adaptar a escola à realidade digital é um tema recorrente globalmente, com estudos indicando que o uso excessivo de redes sociais afeta o desempenho acadêmico. A busca por métodos que engajem o aluno, despertando a curiosidade através da emoção, é vista como fundamental. A implementação de qualquer alteração, contudo, exigirá uma reformulação curricular rigorosa para garantir que a redução do tempo não resulte em superficialidade na transmissão do conhecimento essencial.
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Fontes
Dnevnik
Danas
Naslovi.net
Informer
Blic
Zelena učionica
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