Consumo de Grãos Integrais Reduz Risco de Diabetes Tipo 2 e Melhora Saúde Cardiovascular
Editado por: Olga Samsonova
Especialistas em saúde pública defendem a incorporação progressiva de grãos integrais na dieta diária como um componente essencial para a otimização da saúde humana. Esta alteração dietética, que prioriza alimentos como trigo, cevada, centeio, aveia e pseudocereais como a quinoa, assegura a manutenção da estrutura completa do grão, preservando seu teor integral de fibra, vitaminas e minústrias vitais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) endossa esta orientação, recomendando que indivíduos com mais de dois anos priorizem carboidratos derivados de grãos integrais, frutas e leguminosas, como parte das diretrizes para mitigar a obesidade e doenças relacionadas. A evidência científica acumulada estabelece uma correlação direta entre o consumo elevado destes alimentos e a redução de riscos de saúde significativos, incluindo a diminuição da incidência de diabetes tipo 2, da mortalidade geral e de certos tipos de câncer, como o colorretal.
Um estudo dinamarquês realizado com participantes entre 50 e 65 anos revelou que aqueles no quartil superior de consumo de grãos integrais — incluindo pão de centeio, pão integral ou aveia/muesli — apresentaram um risco 30% menor de desenvolver diabetes tipo 2 entre os 65 e 80 anos. A pesquisa quantificou que cada aumento diário de 16 gramas no consumo de grãos integrais esteve associado a uma redução de 11% no risco para homens e 7% para mulheres, especificamente em relação ao diabetes tipo 2.
Os benefícios estendem-se ao sistema cardiovascular, visto que o consumo regular de grãos integrais, que contêm farelo, gérmen e endosperma, fortalece a função cardíaca. As fibras solúveis e os antioxidantes presentes nestes alimentos contribuem para a redução do colesterol LDL e da pressão arterial, fatores de risco cruciais para eventos cardiovasculares. Pesquisas indicam que a ingestão de três ou mais porções diárias pode estar ligada a um menor aumento na circunferência abdominal e a um declínio mais acentuado nos níveis de triglicerídeos ao longo de um acompanhamento de 18 anos.
A Dra. Débora Bohnen Guimarães, citada pela Sociedade Brasileira de Diabetes, esclarece que as fibras solúveis retardam o esvaziamento gástrico, o que modera a absorção de glicose e atenua o pico glicêmico pós-refeição, resultando em melhor sensibilidade à insulina. Apesar de países como a Espanha terem um ponto de entrada acessível através do pão integral regulamentado, o consumo nacional atual ainda está aquém do ideal, o que sublinha a necessidade de campanhas de saúde pública que promovam esta atualização nutricional sustentável.
Em julho de 2023, a OMS atualizou suas diretrizes enfatizando a qualidade dos carboidratos, posicionando os grãos integrais ao lado de frutas e leguminosas, como feijão e grão-de-bico, como escolhas preferenciais para a população com mais de dois anos. A adoção destas práticas alimentares é vista como um esforço global, com os Estados Membros da OMS empenhados em deter a progressão do diabetes e da obesidade até 2025, através da substituição de farinhas refinadas por suas versões integrais ricas em nutrientes.
Fontes
El Confidencial
Sociedad Noticias
European Food Information Council (EUFIC)
Diario de Gastronomía
Academia Española de Nutrición y Dietética
Onda Cero Radio
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