Suco de Aipo: Da Tradição Antiga à Inovação no Setor Alimentar
Editado por: Olga Samsonova
A popularidade recente do suco de aipo, impulsionada por tendências em redes sociais, está reorientando o foco do mercado de bem-estar e tecnologia alimentar para este vegetal de longa história. O aipo, cujas raízes remontam ao Egito Antigo, onde era utilizado tanto como alimento quanto como planta medicinal, agora ocupa posição central no consumo consciente. A ascensão do suco de aipo foi notável, com relatos de outubro de 2018 indicando um aumento de 454% em suas vendas nos Estados Unidos, superando o interesse anterior pelo suco de couve. Este movimento de saúde sinaliza uma transformação mais ampla no setor de bem-estar.
Nutricionalmente, o aipo (Apium graveolens) é valorizado por sua baixa caloria e alto teor hídrico, características que o estabelecem como um componente em regimes dietéticos focados em hidratação e controle de peso, apresentando apenas 14 calorias por 100 gramas de produto cru. Seus componentes essenciais incluem a Vitamina K, fundamental para a coagulação sanguínea e saúde óssea, além das Vitaminas A e C, e minerais como Potássio, Cálcio e Magnésio. Pesquisas também apontam a presença de antioxidantes potentes, como os flavonoides e a luteolina, reconhecidos por sua capacidade de mitigar o estresse oxidativo e apoiar funções corporais gerais. A luteolina, em particular, tem sido objeto de estudo por seu potencial em proteger neurônios e reduzir a inflamação.
O impacto dessa tendência se estende além do consumo direto, influenciando o setor de inovação em alimentos. Projeta-se que o consumo de suco de aipo exerça um efeito substancial no mercado global de saúde e bem-estar, um setor que, segundo estimativas, pode alcançar um valor de US$ 1110,51 bilhões até 2035. No contexto brasileiro, o mercado de alimentos saudáveis movimentou aproximadamente R$ 100 bilhões em 2021, com uma projeção de crescimento anual de 27% até 2025, conforme dados da Euromonitor International. Este cenário otimista estimula o desenvolvimento de inovações, como substitutos de croutons com baixo teor de carboidratos e calorias utilizando aipo, e sua aplicação como intensificador de sabor em caldos para neutralizar o crescimento bacteriano.
As propriedades históricas do aipo ressoam com sua relevância atual. A medicina do Antigo Egito, datada do século XXXIII a.C., já reconhecia o valor das substâncias naturais, embora o entendimento predominante sobre as doenças fosse de origem sobrenatural. Hoje, o foco está nos compostos bioativos. O aipo, pertencente à família Apiaceae, que inclui a cenoura e a salsa, fornece fitonutrientes que demonstram potencial para melhorar o trato digestivo e o sistema cardiovascular, além de combater a inflamação. Estudos em animais, por exemplo, indicaram que o extrato da folha pode auxiliar na redução da pressão sanguínea, triglicerídeos e colesterol, validando a aplicação moderna do conhecimento sobre o vegetal.
Para a indústria de alimentos, a onda do aipo representa uma oportunidade de capitalizar sobre a busca por funcionalidade e conveniência. Empresas como a Bio Mundo, que, segundo seu CEO Edmar Mothé, observou um crescimento anual de 30% no mercado brasileiro de saudáveis, estão expandindo operações para atender a essa demanda por produtos que unem praticidade e nutrição. A incorporação do aipo em novos formatos, como base para bebidas funcionais ou substitutos de alimentos processados, reflete a adaptação do setor a um consumidor cada vez mais proativo em relação à sua saúde, seguindo uma trajetória iniciada milênios atrás pelos egípcios.
Fontes
dariknews.bg
WebMD
Frontiers
Pressed Earth Juices
Future Market Insights
Leia mais notícias sobre este tema:
Encontrou um erro ou imprecisão?
Vamos considerar seus comentários assim que possível.
