Acidificação Oceânica Causa Danos Significativos aos Dentes de Tubarões

Estudos recentes revelam que o aumento da acidez oceânica, impulsionado pela crescente concentração de CO2 atmosférico, está a causar danos significativos aos dentes dos tubarões. Esta corrosão compromete estas ferramentas vitais para a sobrevivência e caça, representando uma ameaça séria para os ecossistemas marinhos.

Uma investigação publicada em agosto de 2025 pela Heinrich Heine University Düsseldorf expôs dentes de tubarão-de-recife-de-ponta-preta a água do mar com um pH de 7.3, simulando as condições projetadas para o ano 2300. As descobertas indicaram danos substanciais, incluindo fissuras e corrosão radicular, que podem prejudicar a capacidade de caça dos tubarões e impactar as suas populações. Uma análise separada sobre tubarões-de-Port-Jackson sugeriu que a água do mar acidificada tornava os seus dentes mais quebradiços.

No entanto, quando combinada com o aquecimento, a durabilidade dos dentes aumentou surpreendentemente, sugerindo potenciais alterações de mineralização adaptativa nos tubarões. Esta descoberta indica que, enquanto o aquecimento por si só pode tornar os dentes mais frágeis, a combinação de aquecimento e acidificação pode, paradoxalmente, levar a dentes mais resistentes à corrosão, devido a um aumento no conteúdo de flúor e na cristalização, tornando-os mais adaptados a ambientes ácidos.

Estas descobertas sublinham os efeitos complexos da acidificação oceânica na fisiologia dos tubarões. Embora possa ocorrer alguma adaptação, o impacto geral nas populações de tubarões e na cadeia alimentar marinha continua a ser uma preocupação significativa, exigindo mais investigação para esforços de conservação. A investigação sugere que os dentes dos tubarões, embora compostos por fosfatos altamente mineralizados, são vulneráveis à corrosão em cenários futuros de acidificação oceânica. Os dentes são armas altamente desenvolvidas para cortar carne, não para resistir à acidez do oceano, e as descobertas mostram o quão vulneráveis podem ser estas armas naturais. A manutenção do pH oceânico perto da média atual de 8.1 pode ser crítica para a integridade física das ferramentas dos predadores. É um lembrete de que as alterações climáticas têm impactos que se propagam por toda a cadeia alimentar e ecossistemas.