Ouro Atinge Novo Pico Histórico em 16 de Setembro de 2025, Impulsionado por Expectativas de Corte de Juros do Fed e Dólar Fraco

Editado por: Svetlana Velgush

Em 16 de setembro de 2025, o preço do ouro alcançou um novo recorde histórico, impulsionado por uma combinação de fatores econômicos favoráveis e pela antecipação de uma política monetária mais flexível por parte do Federal Reserve (Fed).

O ouro à vista registrou uma alta de 0,1%, atingindo US$ 3.681,18 por onça, com um pico intradiário de US$ 3.689,27. Os futuros de ouro dos EUA para entrega em dezembro mantiveram-se estáveis em US$ 3.718,50. A principal força motriz por trás desse movimento ascendente foi a forte convicção do mercado de que o Federal Reserve (Fed) estaria prestes a iniciar um ciclo de cortes nas taxas de juros. A expectativa de um corte de 25 pontos-base, com uma probabilidade de quase 95% indicada pela ferramenta FedWatch do CME Group, sinalizou um alívio monetário iminente. Essa antecipação de taxas de juros mais baixas reduz o custo de oportunidade de manter ouro, tornando-o um investimento mais atraente em comparação com ativos de rendimento.

Paralelamente, a desvalorização do dólar americano, frequentemente associada a cortes nas taxas de juros, tornou o ouro mais acessível para investidores internacionais, aumentando a demanda global e, consequentemente, elevando seu preço. A relação inversa entre o ouro e o dólar tem sido um fator consistente, com a depreciação da moeda americana impulsionando a demanda por ouro como reserva de valor. Dados recentes indicam que o dólar americano já havia caído entre 10% a 11% no acumulado do ano até setembro de 2025, marcando seu declínio mais acentuado em décadas. Essa queda foi atribuída a dados fracos sobre empregos, aumento do desemprego e as expectativas de cortes nas taxas do Fed.

O cenário também foi influenciado por tensões geopolíticas crescentes, que historicamente fortalecem o apelo do ouro como um ativo de refúgio seguro. A incerteza econômica global, incluindo preocupações com tarifas comerciais e conflitos em andamento, contribui para a busca por ativos considerados mais estáveis. Notícias recentes mencionam a invasão de um drone russo no espaço aéreo da Romênia e a oposição da China aos planos dos EUA de pressionar o G7 a aplicar sanções secundárias sobre o país e a Índia, como exemplos de tensões geopolíticas que afetam os mercados.

A pressão pública do Presidente Donald Trump para que o Fed realizasse cortes mais agressivos nas taxas de juros adicionou uma camada de complexidade ao cenário, levantando debates sobre a independência da instituição. Analistas observaram que a interferência política pode minar a credibilidade do Fed e impactar a estabilidade do dólar. Trump reiterou seu pedido por um corte "maior" nas taxas de juros antes da reunião do Fed, expressando que o presidente do Fed, Jerome Powell, deveria cortar as taxas "agora, e mais do que ele tinha em mente".

A trajetória ascendente do ouro é sustentada por uma demanda crescente por parte de bancos centrais, que o utilizam para diversificar suas reservas internacionais, especialmente em um ambiente de incerteza econômica e potencial desvalorização de moedas. Bancos centrais de todo o mundo esperam que suas reservas de ouro aumentem em proporção nos próximos cinco anos, ao mesmo tempo em que projetam que suas reservas em dólares serão menores. A cotação do ouro tem demonstrado uma tendência de alta consistente, superando marcos significativos ao longo de 2025, refletindo um interesse renovado no metal como proteção contra a inflação e instabilidade econômica.

O preço do ouro por grama no Brasil, em 15 de setembro de 2025, estava em torno de R$ 632,45 para ouro 24 quilates, evidenciando a valorização do metal precioso também no mercado local. A análise de especialistas sugere que a combinação de políticas monetárias favoráveis, um dólar enfraquecido e um ambiente geopolítico volátil continuará a sustentar o preço do ouro, com projeções indicando que a commodity pode atingir US$ 3,8 mil até o final de 2025.

Fontes

  • Reuters

  • What the Federal Reserve is likely to do after stock selloff - CBS News

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