Estratégias Veterinárias e Ambientais para Mitigar a Ansiedade de Animais Domésticos por Fogos de Artifício

Editado por: Olga Samsonova

A angústia manifestada por cães e gatos diante de espetáculos pirotécnicos representa uma preocupação constante para as clínicas veterinárias, sobretudo durante os períodos festivos anuais. O ruído estrondoso dos fogos é interpretado pelos animais como uma ameaça iminente à sobrevivência, desencadeando reflexos instintivos que os levam a procurar refúgio ou a tentar uma fuga desesperada. A audição dos cães percebe o estampido com uma intensidade cerca de quatro vezes maior que a humana, enquanto nos gatos essa percepção é amplificada em até cinco vezes, intensificando o nível de estresse e pânico vivenciado.

Profissionais da medicina veterinária salientam a importância do enriquecimento ambiental preventivo no domicílio, com o objetivo de estabelecer uma zona de conforto acústico e emocional antes que os eventos estressores ocorram. Este santuário deve ser equipado com elementos que estimulem os comportamentos naturais da espécie, como prateleiras elevadas para felinos ou brinquedos interativos para caninos. O enriquecimento ambiental, que consiste em modificar o espaço para estimular instintos naturais, é comprovadamente benéfico, reduzindo o tédio e o estresse, e pode prevenir afecções ligadas ao comportamento, como a cistite idiopática em gatos.

Recomenda-se a utilização de difusores de feromônios, ferramenta sugerida para ambas as espécies, que auxilia na indução de um estado de tranquilidade. Adicionalmente, tratamentos complementares podem envolver a prescrição de medicamentos de origem natural ou fitoterápicos, como a valeriana, a erva-cidreira ou a lavanda, em detrimento da administração de sedativos potentes. A melatonina, por exemplo, é indicada para fobias e distúrbios do sono, apresentando ação mais rápida que soluções florais.

É imperativo que os animais de companhia, particularmente os felinos, estejam devidamente identificados com informações de contato atualizadas, prevenindo o desaparecimento durante episódios de pânico. Dados indicam que 1 em cada 3 animais de estimação se perderá em algum momento da vida, e cerca de 90% daqueles sem identificação não retornam para casa. A identificação, seja por coleiras personalizadas ou microchip, é crucial para um reencontro seguro, visto que a ausência de identificação é um fator determinante no aumento do número de animais abandonados.

As abordagens de manejo incluem técnicas de suporte, como a execução de música relaxante ou a aplicação de sons brancos para mascarar os ruídos externos, uma prática apoiada por estudos que demonstram que cães expostos à música clássica passam mais tempo em repouso. Outra estratégia fundamental é a dessensibilização sistemática, um processo que deve ser conduzido ao longo de vários meses, expondo gradualmente o animal a gravações de fogos de artifício, sempre pareadas com reforço positivo, como a oferta de alimentos favoritos.

Para casos de ansiedade mais severa, o médico-veterinário pode prescrever fármacos psicotrópicos, após um cálculo preciso da dosagem e posologia. O uso preventivo de produtos homeopáticos, como o Anizen, ou fitoterápicos, como o Calmavet, deve ser iniciado com antecedência, idealmente 15 dias antes da exposição aos ruídos, para assegurar a eficácia. A médica-veterinária Stefanie Poblete, da Syntec, alerta que o estresse excessivo pode desencadear alterações em sistemas vitais, como o neurológico e o cardíaco, reforçando a necessidade de intervenção profissional. A médica-veterinária Patricia Guimarães, da Vetoquinol Saúde Animal, aponta que a ausência do tutor durante esses eventos intensifica a ansiedade, elevando o risco de acidentes como fugas e destruição de objetos. A manutenção da calma do tutor é essencial, pois a agitação humana pode exacerbar o nervosismo do animal.

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Fontes

  • Prensa Libre

  • Prensa Libre

  • El Universal

  • La Crónica de Hoy

  • MSD Animal Health

  • El Informador

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