Análise Sistemática Questiona Métricas Atuais de Envelhecimento Biológico

Editado por: gaya ❤️ one

Uma análise sistemática recente está a provocar uma reavaliação fundamental na quantificação do envelhecimento biológico. A revisão argumenta que os indicadores substitutos atualmente em uso frequentemente confundem as trajetórias genuínas do envelhecimento com efeitos fisiológicos que são independentes da idade cronológica. Esta perspetiva sugere que o progresso na ciência da longevidade deve focar-se na causalidade biológica subjacente, ultrapassando a mera correlação. Especialistas no campo indicam que os avanços na extensão da vida útil resultam predominantemente do combate a patologias específicas que limitam a vida, em vez de uma desaceleração uniforme do processo de envelhecimento em si.

A complexidade do envelhecimento é ilustrada pelas disparidades na mortalidade entre espécies. Enquanto em humanos a doença cardiovascular é a principal causa de óbito, mesmo entre centenários, o cancro representa o principal fator limitante em ratos, e a falência orgânica afeta invertebrados de modo distinto. Estes dados indicam que a chamada "velhice pura" raramente constitui a causa final da morte. Adicionalmente, a investigação confirma que a idade biológica, que reflete o desgaste interno, pode divergir significativamente da idade cronológica. Um exemplo disso é a determinação da idade biológica do coração através de ressonâncias magnéticas, conforme demonstrado por um grupo internacional da Universidade de East Anglia.

A revisão em questão levanta dúvidas sobre a validade dos chamados relógios de envelhecimento. Estas ferramentas, amplamente utilizadas para prever a idade, podem não capturar os mecanismos causais do envelhecimento, assemelhando-se a um sintoma preditivo sem a etiologia completa. Muitos destes relógios, que frequentemente se baseiam em marcadores epigenéticos como a metilação do DNA, foram desenvolvidos na última década, existindo centenas, embora menos de dez sejam amplamente empregados em estudos humanos. A precisão destes marcadores epigenéticos é comparável a novas propostas que avaliam alterações em histonas, as proteínas que compactam o DNA.

O influente quadro dos "marcos do envelhecimento" também enfrenta escrutínio, pois a análise revelou que uma percentagem elevada dos estudos de suporte não incluiu coortes jovens tratadas. Esta omissão impede a distinção crucial entre efeitos genuínos de anti-envelhecimento e meras alterações de linha de base ou melhorias sintomáticas. Muitos tratamentos demonstram eficácia em animais jovens, o que sugere uma ação sintomática em vez de uma modificação da taxa intrínseca de envelhecimento. A investigação da Universidade de Copenhaga, por exemplo, sugere que o relógio epigenético intestinal pode ser ajustado ao focar no metabolismo do ferro, um cofator essencial para as enzimas TET que removem marcas de metilação defeituosas no DNA.

Em resposta a estas limitações metodológicas, os investigadores propõem a adoção de desenhos experimentais mais rigorosos. Estes novos estudos devem obrigatoriamente incorporar grupos de controlo jovens e idosos que receberam o tratamento, permitindo diferenciar claramente os efeitos de taxa — a desaceleração do envelhecimento — dos efeitos de linha de base, que representam melhorias sintomáticas. Esta abordagem é crucial num contexto demográfico de envelhecimento populacional, onde a funcionalidade, tal como demonstrado num estudo do InCor com pacientes acima de 50 anos durante a pandemia de COVID-19, demonstrou ter maior impacto na sobrevivência do que a idade cronológica isolada, reforçando a necessidade de métricas funcionais e biológicas mais sensíveis.

Fontes

  • Mirage News

  • Mirage News

  • Genomic Psychiatry

  • ResearchGate

  • DZNE

  • VitaDAO

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