Enviado dos EUA a Moscovo Após Negociações de Paz na Flórida

Editado por: Tatyana Hurynovich

O cenário diplomático em torno do conflito Rússia-Ucrânia intensificou-se com a movimentação do enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, rumo à Rússia para encontros com o Presidente Vladimir Putin. Esta viagem crucial, agendada para a tarde de terça-feira, 2 de dezembro, ocorre logo após uma rodada de discussões sobre um quadro de paz, realizadas no fim de semana na Flórida, especificamente no campo de golfe particular de Witkoff em Hallandale Beach, ao norte de Miami.

A delegação americana em solo americano, que incluiu o Secretário de Estado Marco Rubio e Jared Kushner, genro do Presidente Donald Trump, manteve um diálogo com uma comitiva ucraniana liderada por Rustem Umerov, Secretário do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia. As conversações na Flórida, descritas por Rubio como "muito produtivas", focaram na revisão de uma proposta de paz inicial de 28 pontos, que havia sido criticada por ser excessivamente favorável às exigências russas, incluindo a cessão de territórios e restrições ao efetivo militar ucraniano. Umerov confirmou que o progresso foi substancial na busca por uma paz digna, assegurando que os interesses nacionais da Ucrânia, como soberania e segurança, foram abordados e são compartilhados pelo lado americano.

Contudo, Rubio enfatizou que, apesar dos avanços, persistem lacunas significativas, especialmente no que tange a concessões territoriais e garantias de segurança, indicando que "ainda há muito trabalho a ser feito". O plano original de 28 pontos, que Trump minimizou como um "conceito" ou "mapa" a ser ajustado, previa a Ucrânia cedendo a totalidade da região de Donbass e bloqueio à adesão à OTAN, condições que Kiev considerava inegociáveis. A pressão exercida pelos EUA para um acordo é notória, com fontes indicando que os americanos buscavam que os "pontos finais" fossem acordados para serem levados a Moscou.

Em paralelo a este esforço diplomático mediado pelos EUA, a União Europeia demonstrou sua posição em Bruxelas, na reunião de ministros da Defesa em 1º de dezembro, para discutir o suporte militar de inverno à Ucrânia. Kaja Kallas, a Alta Representante da UE para a Política Externa, que assumiu o cargo em 1º de dezembro de 2024, criticou a exclusão do bloco europeu das negociações Washington-Kiev, afirmando que a presença da UE colocaria os ucranianos em uma posição mais forte. Kallas classificou a semana como potencialmente "crucial" para a diplomacia, mas reiterou que a Rússia demonstra não querer a paz, exigindo o fortalecimento da capacidade de defesa ucraniana.

O agendamento da visita de Witkoff a Moscou, enquanto o Presidente Zelensky se encontraria com Emmanuel Macron em Paris, sinaliza uma tentativa de obter um avanço decisivo antes do final do ano. O Kremlin, por meio de Dmitry Peskov, confirmou o encontro com Putin para a tarde de terça-feira, enfatizando que a Rússia está interessada no sucesso do processo de paz, mas não conduzirá discussões através da mídia. A complexidade reside em conciliar a exigência de soberania ucraniana, defendida por Rubio como objetivo final, com as concessões territoriais que a Rússia busca, mantendo o diálogo ativo, mas o desfecho ainda incerto.

Fontes

  • Notícias ao Minuto

  • The Guardian

  • The Jerusalem Post

  • Reuters

  • Al Jazeera

  • PBS NewsHour

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