Venezuela Acusa EUA de Tentativa de Mudança de Regime em Meio a Acúmulo Militar no Caribe

As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos aumentaram nas últimas semanas, com o presidente venezuelano Nicolás Maduro acusando os EUA de uma tentativa de mudança de regime através de um desdobramento naval no Caribe. Em 1º de setembro de 2025, Maduro declarou que a presença militar americana na região representa a maior ameaça ao continente em um século, afirmando que a Venezuela se defenderia de qualquer agressão estrangeira e se declararia em "luta armada e república em armas" em caso de ataque.

Em resposta, o governo dos EUA declarou que sua presença naval tem como objetivo combater cartéis de drogas latino-americanos, alinhando-se à política da administração do presidente Donald Trump de conter o narcotráfico e a migração ilegal. No entanto, especialistas questionam a eficácia dessa estratégia, pois a maior parte da cocaína é traficada pelas rotas do Pacífico ou aéreas, não pelo Atlântico, onde a mobilização atual está concentrada. A Marinha dos EUA mobilizou um contingente significativo, incluindo os destróieres USS Gravely e USS Jason Dunham, o contratorpedeiro USS Sampson e o cruzador USS Lake Erie, além de navios de assalto anfíbio com milhares de fuzileiros navais e marinheiros.

Em contrapartida, a Venezuela mobilizou tropas para suas fronteiras e convocou milicianos e cidadãos para se prepararem para uma potencial incursão militar estrangeira. Essa escalada de tensões ocorre em um contexto de ações anteriores dos EUA contra o governo venezuelano. Em 25 de julho de 2025, o Departamento do Tesouro dos EUA designou o Cartel de los Soles como uma organização terrorista internacional, acusando o governo venezuelano de apoiar o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa em suas operações. O Tesouro dos EUA já havia sancionado o Tren de Aragua em julho de 2024, e o Cartel de Sinaloa foi identificado como traficante de narcóticos estrangeiro em abril de 2009.

A administração Trump elevou a recompensa por informações que levem à prisão do presidente Maduro para 50 milhões de dólares em agosto de 2025, intensificando a pressão sobre o líder venezuelano. A situação atual entre Venezuela e Estados Unidos é complexa, marcada por acusações recíprocas e demonstrações de força militar, gerando um cenário de incerteza quanto ao futuro de suas relações bilaterais.