Arqueólogos Descobrem Cruz Cristã de 1.400 Anos em Abu Dhabi, Revelando Profundas Raízes Históricas
Editado por: Tetiana Martynovska 17
Arqueólogos em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, fizeram uma descoberta notável: uma cruz de gesso de aproximadamente 1.400 anos, desenterrada durante escavações na Ilha Sir Bani Yas. O achado, anunciado em agosto de 2025, fornece evidências concretas da presença de um mosteiro cristão na ilha, confirmando uma comunidade monástica que coexistiu com muçulmanos até o abandono do local no século VIII. Esta descoberta marca a primeira grande campanha de escavação na ilha em mais de três décadas.
A cruz, medindo cerca de 27 cm por 17 cm, exibe motivos regionais distintos, incluindo uma pirâmide escalonada que simboliza o Gólgota, local da crucificação de Jesus, com folhas brotando em sua base. Pontos adornam as extremidades dos braços da cruz, e um design de nicho em arco também está presente. O estilo da cruz apresenta semelhanças com artefatos encontrados no Iraque e Kuwait, sugerindo uma ligação com a Igreja do Oriente.
A campanha de campo, iniciada em janeiro de 2025 pelo Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi (DCT Abu Dhabi), levou a esta significativa descoberta. A igreja e o mosteiro na Ilha Sir Bani Yas, protegidos desde 2019, agora estão abertos ao público com instalações aprimoradas e exposições informativas.
Mohamed Khalifa Al Mubarak, Presidente do DCT Abu Dhabi, enfatizou a importância da descoberta como um testemunho dos valores de coexistência e abertura cultural dos Emirados Árabes Unidos. Estudos adicionais e análises de radiocarbono estão planejados para os artefatos recuperados. Esta descoberta reforça a compreensão da disseminação do cristianismo no Golfo Pérsico durante a Alta Idade Média.
A Ilha Sir Bani Yas, um santuário de história e biodiversidade, foi declarada reserva natural pelo Xeque Zayed bin Sultan Al Nahyan em 1971. A presença de assentamentos cristãos, como evidenciado por achados anteriores na década de 1990, incluindo taças de vidro e um selo com motivo de escorpião, indica um passado rico e multifacetado para a região. A comunidade cristã na ilha, que se acredita ter abrigado cerca de 30 a 40 monges da Igreja do Oriente, coexistiu pacificamente com os primeiros muçulmanos até o século VIII, quando o mosteiro foi abandonado.
A cruz recém-descoberta, juntamente com outros artefatos, será submetida a conservação e pesquisa futura, incluindo datação por carbono, para esclarecer a vida monástica diária e as redes comerciais da época.
Fontes
ARTnews.com
Live Science
Khaleej Times
The National
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