Política de Trump para a Venezuela e Indicação ao Nobel da Paz Evidenciam Divisões Internacionais
Editado por: Svetlana Velgush
A política externa do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à Venezuela, e sua posterior indicação ao Prêmio Nobel da Paz em 2025, expõem as profundas divisões existentes na comunidade internacional sobre como abordar crises globais e promover a estabilidade.
A Venezuela atravessa uma crise humanitária e política de longa data, caracterizada por repressão, escassez de alimentos e perseguição a opositores. Desde 2013, o país tem sido palco de graves violações de direitos humanos. Em março de 2025, Trump implementou a Ordem Executiva 14245, que impôs uma tarifa de 25% sobre mercadorias importadas de qualquer país que adquirisse petróleo venezuelano. O objetivo desta medida era exercer pressão sobre o regime de Nicolás Maduro e seus aliados econômicos.
Paralelamente, em junho de 2025, Trump recebeu uma indicação ao Prêmio Nobel da Paz por sua atuação na mediação do conflito entre Israel e Irã. A candidatura foi apresentada pelo congressista republicano Buddy Carter, que destacou o papel de Trump na obtenção de um cessar-fogo entre as duas nações. No entanto, essa indicação gerou controvérsia. O laureado com o Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, criticou a intervenção dos EUA na Venezuela, descrevendo-a como uma tentativa de iniciar uma "frente de guerra no continente" e alertando para os riscos de uma intervenção militar na região.
As sanções impostas pelos Estados Unidos, incluindo restrições ao setor petrolífero em 2019, tiveram um impacto significativo na economia venezuelana. Segundo o Government Accountability Office (GAO) dos EUA, o PIB do país contraiu 35% naquele ano. A produção de petróleo, que já enfrentava declínio devido à má gestão, caiu ainda mais, de um pico de 3,2 milhões de barris por dia para aproximadamente 800.000 a 850.000 barris diários. Estima-se que as sanções tenham congelado US$ 5,5 bilhões em fundos venezuelanos, afetando o acesso a alimentos e suprimentos médicos. O Programa Mundial de Alimentos da ONU reportou que, em 2020, um terço da população venezuelana não recebia comida suficiente, e entre 2017 e 2018, a taxa de mortalidade geral aumentou 31%, associada à escassez.
Em agosto de 2024, a líder opositora venezuelana María Corina Machado também foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz por um grupo de reitores de universidades da Flórida, em reconhecimento à sua "luta incansável pela paz na Venezuela e no mundo". Sua candidatura contou com o apoio de diversas nações e líderes, que ressaltam sua defesa da democracia e dos direitos humanos, mesmo diante de perseguições políticas.
A indicação de Trump ao Nobel da Paz, embora controversa, reflete uma abordagem diplomática que busca a resolução de tensões internacionais por meio de negociações. A nomeação foi endossada por líderes de países como Israel, Armênia, Azerbaijão, Paquistão e Ruanda. O processo de indicação ao Nobel da Paz é amplo, com as candidaturas mantidas em sigilo por 50 anos, e os anúncios públicos geralmente partem dos próprios nomeadores.
Em suma, a atuação de Trump na Venezuela e sua indicação ao Prêmio Nobel da Paz evidenciam as complexas dinâmicas internacionais e as diversas perspectivas sobre como abordar crises e promover a estabilidade global, sublinhando as profundas divisões e os diferentes caminhos trilhados na busca por soluções.
Fontes
El Nacional
Los recortes de Trump también llegan a las misiones de paz de la ONU: empieza con Líbano
Esperando a Mr. Marshall en Venezuela
Hillary Clinton nominaría a Trump para Nobel de la Paz si logra acabar guerra en Ucrania
Donald Trump nominado al Premio Nobel de la Paz
Pérez Esquivel repudió el belicismo de Trump
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