EAU e UE Coordenam Esforços de Paz para o Sudão e Discutem Parceria Econômica

A Ministra de Estado dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e Enviada do Ministro das Relações Exteriores para a União Europeia (UE), Lana Zaki Nusseibeh, reuniu-se com o Alto Representante da UE, Josep Borrell Fontelles, em Abu Dhabi, no dia 11 de dezembro de 2025, para alinhar posições sobre a estabilização do Sudão e as iniciativas de paz no Mar Vermelho. O diálogo reforça a cooperação diplomática em uma região crucial para o comércio global, onde a UE mantém a missão antipirataria EUNAVFOR ATALANTA.

Nusseibeh sublinhou a continuidade das consultas dos EAU sobre o conflito sudanês entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e as Forças de Apoio Rápido (RSF). A chanceler dos EAU saudou a Resolução do Parlamento Europeu de setembro de 2025, classificando-a como um marco para a paz duradoura no Sudão, país que enfrenta instabilidade desde a cisão com o Sudão do Sul em 2011. Esta moção europeia, segundo Nusseibeh, estabelece uma base para a mediação abrangente apoiada pelos EAU, convergindo com a prioridade europeia de estabilidade regional.

A discussão em Abu Dhabi também abordou a grave situação humanitária. O conflito, intensificado desde abril de 2023, resultou em mais de 150.000 mortes e 12 milhões de deslocados. O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) indicou que 30,4 milhões de pessoas no Sudão necessitam de assistência em 2025. Os EAU destacam-se como o segundo maior doador humanitário, atrás apenas dos Estados Unidos, tendo destinado US$ 784 milhões em ajuda até novembro de 2025, sendo o maior doador em 2025.

Um ponto central do alinhamento estratégico foi o lançamento de discussões para uma Parceria Econômica Abrangente (CEPA) entre os EAU e a UE. Este acordo visa aprofundar os laços econômicos, seguindo o modelo de outros CEPA estabelecidos pelos EAU, como o assinado com a Sérvia, com o objetivo de impulsionar o comércio não petrolífero. Em 2024, o comércio de bens não petrolíferos entre os EAU e a UE atingiu US$ 67,6 bilhões, consolidando a UE como um parceiro comercial fundamental e apoiando a posição dos EAU como centro logístico global.

A convergência de esforços entre Abu Dhabi e Bruxelas também se manifesta no reconhecimento da moção do Parlamento Europeu ao Grupo Quad — composto por EAU, EUA, Egito e Arábia Saudita — como um "formato de mediação" para o conflito. A necessidade de um cessar-fogo é urgente, especialmente devido aos ataques de drones em Port Sudan, um centro logístico e humanitário vital. A comunidade internacional, incluindo a UE, insiste no acesso humanitário desimpedido para mitigar a crise, enquanto as hostilidades persistem entre as SAF e a RSF, que controla grande parte de Darfur.