A Rússia convocou o embaixador da Moldávia para expressar um forte protesto contra a decisão de Chisinau de não credenciar representantes russos como observadores para as eleições parlamentares de 28 de setembro de 2025.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que tal ação mina a confiança na legitimidade e transparência do processo eleitoral, citando o Documento de Copenhague da OSCE de 1990 e a Convenção da CEI sobre Padrões para Eleições Democráticas de 2002 como compromissos violados. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, anunciou que a Rússia apelou à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para avaliar as decisões da Moldávia relativas aos observadores eleitorais.
O Ministério das Relações Exteriores da Moldávia confirmou o comparecimento de seu embaixador e reiterou que todas as medidas relativas à eleição visam garantir sua integridade e transparência, em conformidade com a legislação nacional e as obrigações internacionais para um processo livre, justo e transparente.
A Missão de Observação Eleitoral do Escritório para Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR) da OSCE já implantou uma missão para observar as eleições, composta por uma equipe principal de 15 especialistas e observadores de curto prazo que serão destacados por toda a Moldávia a partir de 26 de setembro de 2025.
Este impasse ocorre em um momento crucial para a Moldávia, que busca a adesão à União Europeia e enfrenta tensões geopolíticas contínuas com a Rússia. As eleições parlamentares são vistas como um momento decisivo para a orientação futura da política externa da Moldávia, com partidos como o Ação e Solidariedade (PAS) apoiando a integração europeia e blocos como o Patriótico defendendo laços mais estreitos com a Rússia.
A interferência russa, incluindo campanhas de desinformação e financiamento, tem sido uma preocupação constante, com autoridades moldavas prendendo dezenas de supostos operativos pró-Kremlin acusados de planejar agitação. A Rússia tem sido acusada de tentar minar a soberania da Moldávia e influenciar o resultado eleitoral através de vários meios.
A OSCE tem um histórico de monitoramento dos processos eleitorais na Moldávia, com missões de observação anteriores destacando a importância de eleições bem administradas e competitivas, ao mesmo tempo em que apontam áreas para melhoria, como o manuseio de disputas eleitorais e financiamento de campanha. A decisão da Moldávia de recusar credenciais a observadores russos, especialmente em meio a alegações de interferência russa, sublinha a complexa interação entre soberania nacional, obrigações internacionais e as dinâmicas geopolíticas regionais.