Milhares de marfinenses tomaram as ruas de Abidjan em 9 de agosto de 2025 para protestar contra a exclusão de proeminentes líderes da oposição da corrida presidencial de 25 de outubro de 2025. As manifestações, lideradas pelos partidos PPA-CI e PDCI, refletem a crescente tensão política no país, à medida que o Presidente Alassane Ouattara busca um quarto mandato.
Figuras-chave como Laurent Gbagbo, ex-presidente e líder do PPA-CI, e Tidjane Thiam, ex-CEO do Credit Suisse e líder do PDCI, foram impedidos de concorrer. Gbagbo e outros aliados enfrentam ineligibilidade devido a condenações legais passadas, enquanto Thiam foi impedido sob a alegação de cidadania francesa anterior, apesar de ter renunciado à nacionalidade. Essas barreiras legais, vistas como politicamente motivadas, levantam sérias preocupações sobre a equidade e a inclusão do processo eleitoral. A decisão de barrar líderes da oposição ocorre em um contexto de mudanças constitucionais que permitiram ao Presidente Ouattara, no poder desde 2011, concorrer a um quarto mandato. Sua candidatura, anunciada em 29 de julho de 2025, é vista por muitos como uma continuação de uma tendência regional na África Ocidental. A história da Costa do Marfim é marcada por tensões eleitorais e violência, com o país tendo experimentado uma guerra civil após a eleição de 2010. A exclusão de figuras políticas importantes e a busca por mandatos adicionais por parte de líderes estabelecidos ecoam preocupações sobre a consolidação democrática na região. A comunidade internacional tem enfatizado a necessidade de um processo eleitoral transparente e inclusivo. A exclusão de Thiam gerou protestos e apelos à revisão das listas eleitorais. A aliança entre o PPA-CI e o PDCI demonstra uma tentativa da oposição de unificar suas forças contra o partido governante, o RHDP. As exigências da oposição centram-se no diálogo político e na reintegração dos líderes excluídos, buscando garantir que a eleição de 25 de outubro reflita a vontade popular.