As eleições parlamentares na Moldávia, marcadas para 28 de setembro de 2025, representam um momento decisivo para o futuro político do país, num contexto de intensas pressões geopolíticas e alegações de interferência russa. Estima-se que cerca de 2,8 milhões de cidadãos moldavos, incluindo a diáspora, estarão aptos a votar neste pleito crucial. A importância do voto da diáspora tem sido demonstrada em eleições anteriores, onde a sua participação foi determinante para os resultados. No entanto, a diáspora também se tornou um alvo de operações de influência russas, com esforços para desencorajar a sua participação ou direcionar votos para candidatos apoiados pelo Kremlin.
A Rússia tem intensificado as suas operações de guerra de informação na Europa Oriental, visando desestabilizar governos, minar a confiança nas instituições e enfraquecer a integração da Moldávia com a União Europeia e a NATO. Autoridades moldavas identificaram esquemas de compra de votos e disseminação de informações falsas, com milhões de dólares supostamente canalizados para influenciar o eleitorado. Relatos indicam que a Rússia terá investido aproximadamente 100 milhões de dólares para minar o processo eleitoral moldavo, com o objetivo de dissuadir os cidadãos de votarem a favor de uma maior aproximação com a UE. Em outubro de 2024, foram descobertos esquemas de fraude eleitoral em larga escala, financiados pelo oligarca moldavo Ilan Shor, com 15 milhões de dólares transferidos para mais de 130.000 cidadãos moldavos como parte de uma operação de suborno de eleitores.
O cenário político moldavo é caracterizado por uma profunda divisão entre facções pró-europeias e pró-russas. A recente reeleição da Presidente Maia Sandu e a aprovação apertada do referendo constitucional sobre a adesão à UE em outubro de 2024 evidenciaram estas divisões internas e a influência desestabilizadora das operações de influência russas. A União Europeia tem reforçado o seu apoio político e financeiro à Moldávia para fortalecer a sua resiliência contra estas influências, enfatizando a necessidade de acelerar as negociações de adesão e aumentar o suporte técnico. As negociações de adesão da Moldávia à UE foram formalmente iniciadas em junho de 2024, com o país a definir 2030 como meta para a adesão.
As eleições parlamentares de 2025 são vistas como um referendo sobre o futuro da Moldávia, com a possibilidade de um governo pró-Rússia desviar o país do seu curso pró-europeu. A situação económica, marcada por inflação e elevados custos de energia, também é uma preocupação para os eleitores, que frequentemente interpretam estas questões através de um prisma geopolítico mais amplo. Diante deste quadro complexo, a Moldávia procura fortalecer as suas defesas contra a interferência estrangeira, aprimorando a segurança cibernética, a comunicação estratégica e as reformas judiciais. A comunidade internacional reafirma o seu compromisso em apoiar a Moldávia na sua jornada democrática e de integração europeia, condenando veementemente qualquer tentativa de subversão dos processos eleitorais.