Filha de Kim Jong Un Faz Estreia Internacional em Pequim em Meio a Especulações de Sucessão

Editado por: Svetlana Velgush

A ascensão de Kim Ju Ae, filha do líder norte-coreano Kim Jong Un, a uma proeminência internacional, especialmente durante sua recente viagem a Pequim em setembro de 2025, tem sido um ponto focal de intensa especulação sobre a sucessão na Coreia do Norte.

A jovem, estimada em 12 ou 13 anos, acompanhou seu pai em um evento de grande visibilidade, marcando sua primeira aparição conhecida em solo estrangeiro. Essa jornada a Pequim, para participar do desfile militar que comemorou o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, não foi apenas um evento diplomático, mas um sinal estratégico, segundo analistas. A presença de Kim Ju Ae ao lado de seu pai, recebida por altos funcionários chineses como o Ministro das Relações Exteriores Wang Yi, foi interpretada como um passo deliberado na preparação para um futuro papel de liderança.

Sua posição, frequentemente vista logo atrás de Kim Jong Un, ecoa o protocolo reservado a figuras de alta autoridade, sugerindo uma continuidade na dinastia Kim. A mídia estatal norte-coreana tem gradualmente elevado o tratamento dado a ela, de "filha amada" para "filha respeitada", um reflexo de sua crescente importância. A inteligência sul-coreana, através de seu Serviço Nacional de Inteligência (NIS), avalia Kim Ju Ae como a sucessora mais provável de seu pai, baseando essa avaliação em suas aparições públicas cada vez mais frequentes e nos títulos que lhe são atribuídos.

No entanto, essa perspectiva não é universalmente aceita. Alguns oficiais norte-coreanos expressam ceticismo, citando valores patriarcais tradicionais e preocupações sobre a manutenção da "linha de sangue do Monte Paektu", o que levanta questões sobre a aceitação de uma líder feminina em uma sociedade profundamente conservadora.

A escolha de Pequim para a estreia internacional de Kim Ju Ae não foi acidental. A China é o principal aliado e sustentáculo econômico da Coreia do Norte, e a tradição de apresentar potenciais sucessores em visitas à China remonta a gerações anteriores da dinastia Kim. A presença de Kim Jong Un em Pequim, ao lado do presidente chinês Xi Jinping e do presidente russo Vladimir Putin, sublinhou uma aliança emergente e um desafio à ordem global liderada pelos EUA.

A participação de Kim Ju Ae nesses eventos globais, embora ainda jovem, pode ser vista como um treinamento diplomático inicial, preparando-a para as complexidades da política internacional. A ascensão de Kim Ju Ae é vista por muitos como um movimento para solidificar a continuidade da dinastia Kim, que governa a Coreia do Norte desde sua fundação em 1948. Sua visibilidade pública, que começou em novembro de 2022 durante o lançamento de um míssil balístico intercontinental, tem sido consistente desde então, abrangendo eventos militares e diplomáticos.

Essa exposição gradual, embora não a tenha qualificado para um cargo oficial devido à sua idade, envia uma mensagem clara sobre a intenção de Kim Jong Un de garantir a sucessão familiar, mesmo diante de possíveis desafios culturais e sociais. A dinâmica de poder na região e as relações estratégicas entre China, Rússia e Coreia do Norte adicionam camadas de complexidade a essa narrativa de sucessão.

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Fontes

  • Deutsche Welle

  • El País

  • Reuters

  • AP News

  • BBC News

  • The Diplomat

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