A vitalidade do solo, substrato essencial para toda a produção agrícola, tornou-se o ponto central das discussões sobre sustentabilidade alimentar em 2025. O Fórum Mundial do Prêmio de Alimentos (World Food Prize Summit), realizado em Des Moines, Iowa, entre 21 e 23 de outubro de 2025, ocorreu sob o lema "SOILutions for Security". Este encontro consolidou o entendimento global sobre a conexão intrínseca entre a saúde da terra e a estabilidade das nações, especialmente diante dos crescentes desafios populacionais e ambientais.
O consenso alcançado no evento, que reuniu líderes de mais de 75 países, aponta a agricultura sustentável como a rota prioritária para o fortalecimento da segurança alimentar. Um dos participantes notáveis foi o Ministro da Alimentação e Agricultura de Gana, Hon. Eric Opoku, que trouxe a perspectiva das economias em desenvolvimento para o debate. O Ministro Opoku, que também é agricultor e agrônomo, tem focado em iniciativas como soberania de sementes e agricultura cooperativa, buscando transformar as lavouras em vetores de crescimento econômico local.
A degradação do solo, acelerada por práticas agrícolas intensivas e desmatamento, representa uma ameaça direta à resiliência dos sistemas alimentares. Estima-se que um terço dos solos mundiais já se encontra degradado, comprometendo a produtividade. Em contraste, a adoção de práticas regenerativas, como rotação de culturas e uso de culturas de cobertura, demonstrou a capacidade de reverter a erosão e aumentar o sequestro de carbono, um avanço crucial na mitigação das alterações climáticas.
O Diálogo Borlaug, momento crucial da semana de eventos, teve como objetivo catalisar parcerias interdisciplinares para a implementação de soluções práticas adaptadas às necessidades locais. A ênfase na saúde do solo reflete uma mudança de paradigma: o foco deslocou-se de apenas aumentar a produção para garantir a longevidade do recurso fundamental. Para Gana, onde o Ministro Opoku impulsiona a transição para a agricultura irrigada e o desenvolvimento de cooperativas, a saúde do solo está diretamente ligada à autossuficiência, um ideal alinhado com a Agenda 2063 da União Africana.
