Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz (UC Santa Cruz), apresentaram em setembro de 2025 modelos auto-consistentes do interior solar que detalham a dinâmica da formação da taquiclina, uma camada essencial para as propriedades magnéticas do Sol. A pesquisa, parte do COFFIES DRIVE Science Center, foca no processo do dínamo solar, buscando desvendar os mistérios por trás da geração e manutenção do campo magnético solar.
A taquiclina, localizada na fronteira entre as zonas radiativa e convectiva do Sol, é considerada o motor de fenômenos solares como erupções e ejeções de massa coronal. A capacidade de modelar com precisão essa região é fundamental para antecipar a atividade solar, que pode impactar infraestruturas terrestres, como redes elétricas e comunicações via satélite. Atividades solares intensas, como as erupções de classe X observadas em maio de 2025, podem causar interrupções nas comunicações de rádio, afetar sistemas de GPS e interferir em redes elétricas, além de representar riscos para satélites e missões espaciais.
Utilizando o supercomputador Pleiades da NASA, a equipe da UC Santa Cruz conseguiu que suas simulações produzissem espontaneamente uma taquiclina, sem a necessidade de programação explícita para sua formação. Essa conquista representa um avanço significativo na compreensão dos mecanismos de geração do campo magnético solar. O COFFIES DRIVE Science Center, um esforço multi-institucional com mais de 100 membros, visa desenvolver modelos físicos baseados em dados para a atividade solar, abordando questões complexas sobre como o Sol gera e mantém seu campo magnético.
Loren Matilsky, autor principal do estudo, enfatizou as implicações mais amplas da pesquisa, observando que o aprendizado sobre a dinâmica solar também contribui para o entendimento de outros astros. A compreensão da taquiclina oferece insights valiosos sobre as propriedades magnéticas de outras estrelas, o que é essencial para avaliar a habitabilidade de exoplanetas. A pesquisa de Matilsky, apresentada em janeiro de 2025, explorou como o dínamo solar pode confinar a taquiclina e induzir rotação rígida em todas as profundidades.
Este trabalho marca um passo importante na física solar, fornecendo um modelo mais preciso da dinâmica interna do Sol e aprimorando nossa capacidade de prever a atividade solar. A compreensão da taquiclina não só aprofunda o conhecimento sobre o nosso Sol, mas também abre portas para a exploração de outros sistemas estelares e exoplanetas, conectando nossa estrela ao vasto universo.