Em 24 de setembro de 2025, a NASA e a NOAA iniciaram uma nova era de exploração solar com o lançamento bem-sucedido de três missões espaciais: a sonda IMAP da NASA, o Observatório Carruthers Geocorona e a espaçonave SWFO-L1 da NOAA. Lançadas a partir do Centro Espacial Kennedy a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9, essas missões visam aprofundar a compreensão da influência do Sol no sistema solar e aprimorar a capacidade de prever e mitigar os efeitos do clima espacial.
A missão IMAP (Interstellar Mapping and Acceleration Probe) da NASA se concentrará em mapear a heliosfera, a vasta bolha magnética que envolve nosso sistema solar e nos protege de raios cósmicos galácticos. Ao estudar as interações de partículas na borda do nosso sistema, a IMAP fornecerá dados essenciais para aprimorar modelos de como a heliosfera atua como um escudo protetor. A sonda também investigará os processos que aceleram partículas energéticas, que podem representar riscos para astronautas e tecnologias espaciais. A IMAP também transmitirá dados em tempo real que podem ser usados para previsão de clima espacial, potencialmente fornecendo cerca de 30 minutos de aviso antecipado para radiação prejudicial.
O Observatório Carruthers Geocorona dedicará seus esforços ao estudo da exosfera terrestre, a camada mais externa da atmosfera. Esta missão inovadora observará o brilho ultravioleta da Terra, conhecido como geocorona. Ao monitorar as variações dessa camada em resposta a tempestades solares, os cientistas esperam entender melhor como a exosfera interage com o clima espacial e como ela nos protege. A geocorona, um halo de luz ultravioleta, foi observada pela primeira vez pelos astronautas da Apollo 16 na Lua em 1972, mas sua extensão completa permaneceu um mistério até agora.
A terceira espaçonave, a SWFO-L1 (Space Weather Follow-On Lagrange 1) da NOAA, funcionará como um observatório contínuo de clima espacial no Ponto de Lagrange 1 (L1), um local de equilíbrio gravitacional entre a Terra e o Sol. A partir desta posição privilegiada, a SWFO-L1 monitorará a atividade solar e as condições espaciais em tempo real, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Seus dados serão cruciais para aprimorar as previsões de clima espacial e fornecer alertas antecipados sobre tempestades solares, protegendo assim infraestruturas críticas, sistemas de comunicação e satélites. A SWFO-L1 é a primeira de seu tipo dedicada a observações operacionais de clima espacial e funcionará como um sistema de alerta precoce para ejeções de massa coronal (CMEs) e outros fenômenos solares perigosos.
O lançamento conjunto dessas três missões representa um avanço significativo na nossa capacidade de compreender e responder aos fenômenos solares. Ao fornecer uma visão mais completa da heliosfera, da exosfera terrestre e das condições do espaço interplanetário, essas missões abrirão caminho para uma maior segurança e resiliência em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia. As três espaçonaves atingiram seus destinos orbitais planejados em janeiro de 2026, após uma viagem de aproximadamente quatro meses. As tempestades solares, como as ejeções de massa coronal (CMEs), podem causar distúrbios significativos na Terra, como apagões de rádio, interrupções em redes elétricas e danos a satélites. A capacidade de prever esses eventos com antecedência é vital para mitigar seus impactos.