Sítios Arqueológicos da Grécia: Refúgios Vitais para a Biodiversidade

Editado por: Anulyazolotko Anulyazolotko

A Grécia lançou o programa "BIAS II: Biodiversidade em Sítios Arqueológicos", uma iniciativa ambiciosa para proteger a rica flora e fauna encontradas nas suas paisagens históricas. Este projeto, que dá seguimento ao sucesso do seu antecessor, visa documentar e preservar os ecossistemas únicos que prosperam nestes locais antigos. As descobertas iniciais do programa revelaram que, embora os sítios arqueológicos gregos ocupem menos de um por cento da terra do país, abrigam 11% da sua biodiversidade. Isto sublinha o papel crucial destas áreas históricas como refúgios inesperados para uma vasta gama de espécies, reforçando o estatuto da Grécia como um ponto de diversidade biológica europeu. De facto, a Grécia, apesar de ocupar apenas 1,3% da área terrestre da Europa, abriga uma em cada três espécies do continente.

O programa BIAS II envolve um registo detalhado da flora e fauna atuais, juntamente com pesquisa histórica sobre as espécies presentes desde a antiguidade até ao século XVIII. Esta abordagem dupla visa garantir a preservação a longo prazo deste valioso património natural e cultural, integrando os esforços de conservação com a sustentabilidade dos sítios arqueológicos e a sua ligação às comunidades locais. A primeira fase do programa BIAS identificou mais de 10.460 espécies de flora e fauna em 20 sítios arqueológicos emblemáticos, incluindo a Acrópole, Olímpia, Delfos , confirmando o seu papel como refúgios de biodiversidade.

A iniciativa, financiada com 1,09 milhões de euros, é uma colaboração entre os Ministérios da Cultura e do Ambiente da Grécia, em conjunto com a Universidade Nacional e Kapodistriana de Atenas, o Instituto Helénico de Investigação Nacional e a Agência para o Ambiente Natural e as Alterações Climáticas (N.E.C.C.A.). O projeto expande esta abordagem inovadora para 35 sítios arqueológicos em toda a Grécia, combinando pesquisa ecológica de campo com o estudo de fontes históricas, arqueológicas e literárias para explorar a evolução da biodiversidade e a sua profunda ligação com a sociedade humana.

O caráter científico do projeto baseia-se em pesquisa interdisciplinar, recorrendo à biologia, arqueologia, história e estudos ambientais. Estes sítios arqueológicos, que servem como monumentos vivos da história, também funcionam como "ilhas de vida", onde a riqueza cultural e natural coexistem organicamente. A proteção institucional das antiguidades, em muitos casos, impediu atividades prejudiciais à biodiversidade, como a construção fora do local, a caça ou a poluição do solo, permitindo que muitos sítios arqueológicos atuassem como um "guarda-chuva" eficaz para a proteção da fauna e flora locais.

O programa BIAS II visa não só catalogar espécies, mas também mapear a interação entre humanos, história e natureza desde a antiguidade até ao século XVIII, gerando novos conhecimentos científicos e servindo como uma ferramenta valiosa para a preservação e promoção do património cultural e natural. Espera-se que esta abordagem melhore a experiência do visitante nos sítios arqueológicos e apoie as comunidades locais através da gestão ambiental sustentável.

Fontes

  • GTP Headlines

  • Days of Art in Greece

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