A paisagem deslumbrante da Serra da Arrábida, na Península de Setúbal, foi oficialmente reconhecida como Reserva da Biosfera pela UNESCO. O anúncio foi feito em setembro de 2025, durante o Congresso Mundial de Reservas da Biosfera, em Hangzhou, China. Esta distinção celebra a biodiversidade única e as práticas sustentáveis da região, integrando-a numa rede global de 785 reservas.
A nova reserva abrange 200 quilómetros quadrados de ecossistemas que incluem a costa atlântica, falésias calcárias, matas mediterrânicas e florestas de pinheiros. A Arrábida é um santuário de biodiversidade, acolhendo mais de 1.400 espécies de plantas, o que representa cerca de 40% da flora portuguesa, com uma notável concentração de espécies raras e endémicas. A fauna é igualmente rica, com 200 espécies de vertebrados e mais de 2.000 espécies marinhas identificadas.
A coexistência harmoniosa entre os 68.000 habitantes e o ambiente é um dos pilares desta classificação, com a manutenção de práticas tradicionais como a pesca artesanal e a agricultura local. A candidatura, apresentada pela Associação de Municípios da Região de Setúbal em colaboração com as Câmaras Municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal, e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, foi elogiada pelo Comité Internacional como "muito bem documentada".
Portugal conta agora com 13 Reservas da Biosfera, que cobrem 12% do território nacional. Estas reservas são espaços dedicados à promoção do desenvolvimento sustentável, onde a conservação da diversidade biológica e cultural se harmoniza com o progresso económico e social. A classificação da Arrábida visa fortalecer a proteção e promoção ambiental, económica e paisagística da região, servindo como um modelo para a sustentabilidade.
O plano de ação apresentado pelas autarquias alinha-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, focando na conservação, desenvolvimento e resiliência climática. A Serra da Arrábida, com a sua impressionante costa atlântica e falésias calcárias, é um exemplo notável de como a natureza e a atividade humana podem coexistir de forma equilibrada, reforçando a importância da preservação deste ecossistema singular para as gerações futuras.