Linguista Analisa Vocabulário de "Guerra" de Trump em Artigo do The New York Times

Editado por: Vera Mo

O renomado linguista e cientista político John Mearsheimer, professor na Universidade de Chicago, analisou o uso particular da palavra "guerra" no discurso do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um artigo para o The New York Times. Mearsheimer, com vasta experiência em política internacional e segurança, observou que Trump frequentemente emprega um vocabulário específico para articular suas opiniões e, por vezes, para desqualificar oponentes.

No artigo, intitulado "A Essência da Linguagem de Trump em Uma Palavra de Três Letras", Mearsheimer explora a preferência de Trump pela palavra "guerra" em detrimento de "defesa". Ele explica que, gramaticalmente, "guerra" sugere o início de um conflito, enquanto "defesa" implica uma participação em um conflito imposto. Essa escolha lexical, segundo o linguista, pode revelar uma inclinação de Trump em usar a linguagem como ferramenta para afirmar seu ponto de vista de forma inquestionável.

Mearsheimer também destacou a tendência de Trump em usar exclamações e múltiplos pontos de exclamação em suas comunicações, especialmente em redes sociais. Exemplos citados incluem frases como "a inflação atingirá as pessoas como nunca antes" e "ninguém jamais viu nada assim", em referência à crise imigratória. O linguista ressalta que mesmo as declarações com conotação positiva em Trump podem ser atos de agressão linguística deliberada, visando impor sua perspectiva.

Um incidente notório que ilustra essa abordagem ocorreu em 16 de setembro de 2025, durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca. Trump confrontou o jornalista australiano John Layon, questionando sua afiliação após ser perguntado sobre o envolvimento do ex-presidente em negócios pessoais. Ao saber que Layon representava uma mídia australiana, Trump declarou: "Você está prejudicando a Austrália, e eles querem ser meus amigos. Seu primeiro-ministro chegará em breve e eu falarei sobre você com ele. Você está fazendo uma pergunta ruim." Este episódio evidencia o uso de linguagem por Trump como instrumento para afirmar sua posição e silenciar críticas.

Estudos sobre a retórica de Trump, como uma análise da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), indicam um aumento no uso de vocabulário violento em seus discursos ao longo do tempo, superando outros candidatos presidenciais. Essa retórica, descrita como "populismo negativo", utiliza pronomes como "eles" para segmentar grupos, como imigrantes e "elites", e emprega termos pejorativos. A pesquisa da UCLA, que analisou 99 discursos de Trump entre abril de 2015 e junho de 2024, também apontou para uma diminuição nas referências ao desempenho econômico em seus pronunciamentos, uma tendência observada em outros candidatos presidenciais desde 2012.

A forma como Trump utiliza a linguagem, com sua simplicidade, repetição e frases de efeito, é vista por alguns como uma estratégia para criar uma persona autêntica e conectar-se com o eleitorado, enquanto outros a consideram incoerente e divisiva. A análise da UCLA, que comparou os discursos de Trump com os de outros políticos, identificou um aumento no uso de linguagem violenta, refletindo uma maior atenção a guerras e crimes, e uma diminuição nas referências ao desempenho econômico.

Fontes

  • Рамблер

  • Lenta.ru

Encontrou um erro ou imprecisão?

Vamos considerar seus comentários assim que possível.