Comércio Rússia-China em Queda em 2025: Sanções e Barreiras Afetam Fluxo Bilateral

Editado por: Татьяна Гуринович

O intercâmbio comercial entre Rússia e China registrou uma desaceleração notável na primeira metade de 2025, com o volume total de comércio caindo 9,1% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 106,48 bilhões. Essa contração, divulgada pela Administração Geral das Alfândegas chinesas, marca uma mudança em relação ao crescimento robusto dos anos anteriores e reflete a complexa interação entre sanções internacionais, políticas econômicas e a evolução do comércio global.

As exportações chinesas para a Rússia diminuíram 8,4%, enquanto as importações russas para a China caíram 9,6%. Um fator crucial nessa tendência é o impacto de novas sanções dos EUA direcionadas às exportações marítimas russas, que levaram a uma redução nas importações de petróleo russo pela China. Os volumes de petróleo russo caíram 11% e o valor em 24%, mesmo com o aumento do desconto do petróleo russo em relação aos benchmarks internacionais. Isso indica que as sanções foram o principal motor da queda, e não uma menor demanda geral, pois o fornecimento de outros países aumentou.

Do lado russo, a implementação de medidas protecionistas, como o aumento das taxas de reciclagem para veículos importados, impactou diretamente as exportações chinesas. Em janeiro de 2025, Moscou elevou as "taxas de reciclagem" para a maioria dos carros de passageiros para US$ 7.500, mais do que o dobro da taxa de setembro de 2024, com aumentos anuais planejados até 2030. Essas políticas, juntamente com regras de certificação mais rigorosas, resultaram em uma queda acentuada nas exportações de automóveis chineses para a Rússia, com relatos indicando uma diminuição de 61% nesse período. Essa mudança de política reflete a intenção estratégica da Rússia de fortalecer sua indústria automotiva doméstica.

O crescimento do comércio Rússia-China já havia mostrado sinais de desaceleração em 2024, aumentando apenas 1,9% em comparação com um salto substancial de 26% em 2023. Essa desaceleração, combinada com os números do primeiro semestre de 2025, indica uma recalibração em seu relacionamento econômico. A crescente dependência econômica da Rússia em relação à China é notável, com a China respondendo por cerca de 36% do comércio russo, enquanto a Rússia representa uma parcela menor do portfólio comercial chinês. Apesar desses ventos contrários, ambas as nações buscam fortalecer seus laços econômicos por meio de cooperação aprimorada em tecnologia e investimento, explorando mecanismos de comércio alternativos para navegar pelas complexidades introduzidas por questões de transações relacionadas a sanções.

Fontes

  • Business Insider

  • The Moscow Times

  • OSW Analyses

  • The Gaidar Institute

  • Reuters

  • Reuters

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