Operação Lança do Sul: EUA Intensificam Ação Contra Narcoterrorismo no Caribe em Meio à Mobilização Venezuelana

O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou no início de novembro de 2025 o lançamento da "Operação SOUTHERN SPEAR", uma iniciativa militar focada no combate ao narcoterrorismo na região do Caribe. A ação foi formalizada em meio à chegada do porta-aviões USS Gerald R. Ford à área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA (USSOUTHCOM) em 11 de novembro de 2025, sinalizando uma intensificação da presença militar americana na América Latina.

A Operação Lança do Sul, coordenada com o SOUTHCOM, visa desmantelar redes de tráfico de drogas com ligações a grupos como o Tren de Aragua, organização designada como Organização Terrorista Estrangeira (FTO) pelo Departamento de Estado dos EUA em fevereiro de 2025. O contingente militar mobilizado é um dos maiores na região em décadas, com a chegada do grupo de ataque do porta-aviões Ford elevando o efetivo total na área para aproximadamente 15.000 pessoas até 13 de novembro de 2025, somando-se aos mais de 6.000 militares já presentes. O USS Gerald R. Ford, a maior embarcação da Marinha dos EUA, transitou do Mediterrâneo em 4 de novembro de 2025 para apoiar a diretriz presidencial de desmantelamento de Organizações Criminosas Transnacionais (TCOs).

A presença naval reforçada, que inclui destróieres como o USS Bainbridge e o USS Mahan, é justificada pelo Comando Sul como um meio essencial para detectar, monitorar e interromper atividades ilícitas que afetam a segurança dos Estados Unidos. Desde setembro de 2025, as forças americanas realizaram pelo menos 20 ataques a embarcações, resultando em cerca de 80 mortes até 10 de novembro, segundo registros. O contexto mais amplo inclui a diretriz do Presidente Donald Trump, desde agosto de 2025, para que as Forças Armadas utilizem força militar contra cartéis, caracterizando-os como narcoterroristas.

Em resposta direta à concentração de forças navais, o governo venezuelano, sob a liderança do Presidente Nicolás Maduro, declarou um estado de mobilização militar em larga escala, envolvendo mais de 200.000 tropas, abrangendo forças terrestres, aéreas, navais, fluviais e a milícia civil. Maduro classificou a manobra americana como uma provocação estrangeira e uma ameaça à soberania venezuelana. O Secretário Hegseth, que utilizou o termo "Secretário de Guerra" em comunicações anteriores, reiterou que a missão visa a defesa da pátria e a remoção de narcoterroristas do hemisfério.

A escalada de poder de fogo, com o uso de bases avançadas como a de El Salvador para operações de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR) marítimas, complica as táticas de evasão dos traficantes e eleva os riscos de tensão geopolítica em uma área sensível. A situação, reportada como volátil em 14 de novembro de 2025, coloca em evidência a política de confronto da administração Trump contra grupos criminosos transnacionais na região.