A administração dos Estados Unidos intensificou as tensões diplomáticas com o Brasil ao impor novas sanções financeiras, visando especificamente Viviane Barci, esposa do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Moraes foi o magistrado responsável pelo julgamento que culminou na condenação de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A pena imposta a Bolsonaro foi de 27 anos e três meses de prisão, com início em regime fechado.
As sanções contra Barci foram aplicadas sob a Lei Magnitsky, que permite ao governo americano sancionar indivíduos acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos. O Departamento do Tesouro dos EUA congelou quaisquer ativos que Viviane Barci possa ter nos Estados Unidos. Esta ação segue medidas anteriores já tomadas contra o próprio Ministro Alexandre de Moraes e outros funcionários brasileiros. O julgamento de Jair Bolsonaro, concluído em 11 de setembro de 2025, resultou em uma pena severa, marcando um momento significativo na política brasileira.
A resposta do Brasil às sanções americanas foi de "profunda indignação", com o Ministério das Relações Exteriores classificando a medida como uma "indevida interferência" nos assuntos internos do país. O STF, por sua vez, considerou a sanção à esposa de Moraes "injusta" e reafirmou a transparência e o devido processo legal do julgamento de Bolsonaro.
Paralelamente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, e o influenciador Paulo Figueiredo por coação no curso do processo. A acusação sustenta que ambos articularam a busca por sanções americanas contra autoridades brasileiras para influenciar o julgamento de Jair Bolsonaro. A PGR alega que eles tentaram "intimidar e constranger" ministros do STF, sugerindo a aplicação de sanções para "dificultar ou comprometer a vida civil das pessoas envolvidas". Eduardo Bolsonaro reagiu à denúncia, chamando-a de "fajuta".
As relações entre Brasil e Estados Unidos têm sido marcadas por essa escalada de tensões. Especialistas em relações internacionais apontam que, embora as sanções possam ter um impacto econômico direto limitado, elas sinalizam uma deterioração nas relações bilaterais e podem afetar o comércio e a cooperação em diversas áreas. A Lei Magnitsky, que tem como objetivo combater a corrupção e violações de direitos humanos, tem sido utilizada em um contexto de disputa política, gerando questionamentos sobre seus efeitos extraterritoriais e a soberania judicial.