A administração Trump intensificou suas ações de fiscalização de imigração, resultando na deportação de buscadores de refúgio russos de volta à Rússia. Relatos indicam que pelo menos dois voos transportaram dissidentes russos de volta a Moscou, levantando preocupações significativas sobre sua segurança, especialmente considerando que fugiram da Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022. Essas pessoas temem retaliação do Kremlin ao retornarem.
Ativistas de direitos humanos criticaram veementemente essas deportações. Vladimir Osechkin, um ativista russo de direitos humanos e fundador da ONG Gulagu.net, descreveu as ações como "cruéis e mesquinhas". Osechkin, que documenta crimes em prisões russas, foi incluído na lista de procurados pela Rússia e enfrenta acusações de justificar terrorismo. Ele alertou que a propaganda russa poderia explorar essas deportações para prejudicar a reputação do Ocidente e desencorajar outros dissidentes de buscar refúgio.
Paralelamente, a administração Trump lançou a "Operação Midway Blitz", uma iniciativa de fiscalização imigratória focada em Chicago e outras partes de Illinois. Esta operação é apresentada como uma resposta às políticas de "santuário" do estado e da cidade, que limitam a cooperação com autoridades federais de imigração. A operação foi nomeada em homenagem a Katherine Abraham, uma jovem que morreu em um acidente de carro. Críticos, como o congressista Jesus "Chuy" Garcia, classificaram a operação como uma "declaração de guerra a uma cidade americana". A operação, iniciada em 8 de setembro de 2025, tem como alvo imigrantes indocumentados com antecedentes criminais.
Em um desenvolvimento relacionado, a Suprema Corte dos EUA validou as rigorosas políticas de fiscalização imigratória do Presidente Trump, permitindo que agentes federais retomem operações em massa no sul da Califórnia. A decisão, que permite que agentes alvejem indivíduos com base em raça, idioma ou etnia, foi criticada por juízes liberais e autoridades da Califórnia, que argumentam que ela facilita o perfilamento racial e viola proteções constitucionais. A decisão da Suprema Corte, em um caso que envolve restrições a operações de imigração em Los Angeles, permitiu que os agentes federais continuassem a deter pessoas com base em fatores como idioma e etnia, revertendo uma decisão de um tribunal inferior. Essa decisão gerou preocupações de que possa abrir portas para o perfilamento racial de hispânicos em todo os Estados Unidos.
Esses acontecimentos refletem um padrão mais amplo de intensificação da fiscalização imigratória sob a atual administração, que tem enfrentado um escrutínio doméstico e internacional considerável. A deportação de cerca de 80 requerentes de asilo russos entre junho e agosto de 2025, alguns dos quais foram entregues ao FSB (Serviço Federal de Segurança Russo), levanta sérias questões sobre o tratamento de indivíduos que buscam proteção internacional. A situação desses buscadores de refúgio russos destaca um paradoxo onde aqueles que fogem de regimes autoritários e conflitos podem encontrar dificuldades em obter proteção, mesmo em países que defendem os direitos humanos.