A Espanha manifestou seu apoio à iniciativa da França de estabelecer uma coalizão internacional, sob o mandato das Nações Unidas, para estabilizar a Faixa de Gaza. A declaração, feita em 13 de agosto de 2025, alinha a Espanha com os esforços franceses para promover a paz e a segurança na região, um objetivo que tem sido central na política externa espanhola, especialmente em relação à questão palestina.
A proposta francesa, endossada por Paris em 11 de agosto de 2025, visa criar uma força de estabilização que protegeria civis e apoiaria a governança palestina. O Presidente francês, Emmanuel Macron, enfatizou a necessidade de o Conselho de Segurança da ONU agir rapidamente para estabelecer esta missão, vendo-a como um passo crucial para sair do conflito em curso e construir uma paz duradoura. O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol descreveu a proposta como "uma das ferramentas que podem ajudar a alcançar a paz e a segurança em Gaza e no Médio Oriente", sublinhando a sua importância como um passo em direção à solução de dois Estados.
Este apoio da Espanha à iniciativa francesa surge num contexto de crescente envolvimento diplomático do país na região. A Espanha reconheceu formalmente o Estado da Palestina em 28 de maio de 2024, um ato que refletiu a sua posição crítica em relação às ações militares de Israel em Gaza e o seu compromisso com uma resolução pacífica do conflito. A decisão da Espanha de reconhecer a Palestina foi acompanhada por outros países europeus, como Irlanda e Noruega, e alinha-se com a recente decisão da França de reconhecer formalmente a Palestina, sinalizando uma convergência de posições diplomáticas na Europa.
A proposta de uma missão de estabilização em Gaza sob o mandato da ONU é vista como um esforço para construir sobre o ímpeto criado pelo reconhecimento da Palestina por vários países. A iniciativa visa não apenas garantir a segurança na região, mas também contribuir para a transferência de poder a uma administração estatal palestina, promovendo assim o objetivo de longo prazo de uma solução de dois Estados. A Espanha tem sido uma voz consistente na defesa dos direitos palestinos e na promoção de uma solução pacífica, e o seu apoio a esta proposta francesa reforça essa postura.
No entanto, a situação continua a ser complexa, com reações mistas de outros atores regionais. Israel e os Estados Unidos expressaram forte oposição ao reconhecimento da Palestina por parte da França, sublinhando os desafios inerentes à busca de consenso internacional sobre estas questões. A proposta de Macron, apoiada pela Espanha, representa um esforço concertado para reavivar o processo diplomático e abordar a crise humanitária em Gaza, com o objetivo final de alcançar uma paz sustentável e uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.