Os Estados Unidos apresentaram uma proposta ao Conselho de Segurança da ONU para o envio de uma missão de segurança multinacional ao Haiti, com o objetivo de apoiar a Polícia Nacional Haitiana (PNH) no combate à crescente violência de gangues. Esta violência tem resultado num número alarmante de mortes e deslocamentos populacionais, com gangues a controlar aproximadamente 90% da capital, Porto Príncipe, até meados de 2025.
Os primeiros seis meses de 2025 registaram mais de 4.000 mortes e mais de 1,3 milhão de pessoas deslocadas, de acordo com dados da ONU. A violência sexual, em particular contra mulheres e meninas, também aumentou drasticamente. A proposta americana visa fortalecer a capacidade da PNH, que enfrenta pressão de gangues poderosas como a "Viv Ansanm". A eficácia desta iniciativa depende crucialmente da cooperação de todos os membros do Conselho de Segurança, com especial atenção à posição da China e da Rússia, para evitar um possível veto.
O Haiti tem enfrentado instabilidade desde o assassinato do Presidente Jovenel Moïse em julho de 2021. O Conselho de Segurança da ONU estendeu o mandato da Missão de Apoio à Segurança Multinacional (MSS) liderada pelo Quênia, mas a transformação da MSS numa operação de paz da ONU tem enfrentado resistência da Rússia e da China. Esforços para capacitar a Polícia Nacional Haitiana estão em andamento, com países como a Jamaica e o Canadá oferecendo treinamento e apoio logístico. O Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS) também tem apoiado o aprimoramento da infraestrutura e o fornecimento de equipamentos para as escolas de treinamento da PNH.
A proposta dos EUA representa um passo significativo na tentativa de restaurar a ordem e a segurança no Haiti. A aprovação da resolução pelo Conselho de Segurança da ONU poderá oferecer um caminho para a estabilização, mas a cooperação internacional e o apoio contínuo à PNH serão fundamentais para o sucesso a longo prazo.