Doze Nações Unem-se para Criar Fundo de Emergência para a Autoridade Palestina

Doze nações anunciaram a formação de um fundo de emergência destinado a salvaguardar a independência financeira da Autoridade Palestina, numa iniciativa crucial para mitigar a profunda crise económica que assola os territórios palestinianos.

A criação deste fundo surge como resposta direta aos desafios sem precedentes enfrentados pela Autoridade Palestina, visando garantir a sua capacidade de governança, a prestação de serviços essenciais e a manutenção da segurança, elementos cruciais para a estabilidade regional e a viabilização da solução de dois Estados. A Arábia Saudita comprometeu-se com uma contribuição de 90 milhões de dólares, elevando o montante total prometido pelos doadores para aproximadamente 170 milhões de dólares, conforme anunciado anteriormente pelo Primeiro-Ministro palestiniano, Mohammed Shtayyeh.

Esta demonstração de apoio financeiro internacional é liderada por países como França, Estados Unidos, Japão, Arábia Saudita e Espanha, e inclui também a Bélgica, Dinamarca, Islândia, Irlanda, Noruega, Eslovénia e Suíça. A coalizão, denominada Coalizão de Emergência para a Sustentabilidade Financeira da Autoridade Palestina, foi formalizada em resposta à urgente e inédita crise financeira que a Autoridade Palestina enfrenta, agravada pela retenção de receitas fiscais por parte de Israel. Relatórios indicam que a economia da Faixa de Gaza sofreu uma contração de 86% e a da Cisjordânia de 23% em 2024, elevando a pobreza a níveis sem precedentes. O Banco Mundial alertou que o déficit financeiro da Autoridade Palestina atingiu 682 milhões de dólares no final de 2023 e pode duplicar nos próximos meses.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Al-Safadi, sublinhou a importância de aderir às leis internacionais e às resoluções das Nações Unidas relativas à causa palestina, apelando a uma solução justa e abrangente. Ele também destacou o papel fundamental da Agência das Nações Unidas de Obras Públicas e de Socorro aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) no fornecimento de serviços básicos e assistência humanitária aos refugiados palestinianos. A UNRWA é a principal agência de ajuda humanitária em Gaza, com quase 2 milhões de moradores dependendo dela para obter ajuda, incluindo alimentação e assistência médica. A agência fornece desde alimentação e cuidados médicos até educação e apoio psicológico.

A Autoridade Palestina tem enfrentado um período prolongado de dificuldades financeiras, exacerbado pela guerra em Gaza e pelas sanções impostas por Israel, que incluem a retenção de milhões em impostos cobrados em nome dos palestinos. Esta situação levou a Autoridade Palestina a propor discussões sobre um protocolo de boicote econômico. Os países membros da coalizão apelam a que Israel libere imediatamente todas as receitas fiscais palestinas e cesse quaisquer medidas que obstruam ou enfraqueçam a Autoridade Palestina, prevenindo assim o seu colapso.

O Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, tem procurado ativamente o apoio internacional, tendo discursado na Assembleia Geral da ONU para reforçar a legitimidade e a capacidade de governança da Autoridade Palestina como uma alternativa viável para a região. A comunidade internacional, através desta coalizão, demonstra um compromisso renovado em apoiar a autodeterminação palestina e a busca por uma paz duradoura, reconhecendo que o fortalecimento financeiro da Autoridade Palestina é um investimento na paz e segurança regional.

Fontes

  • جريدة الرؤية العمانية

  • الجزيرة

  • بترا

  • هلا أخبار

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