O Brasil implementou uma tarifa de 50% sobre uma ampla gama de importações dos EUA, uma medida que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva descreveu como uma resposta estratégica às ações anteriores da administração anterior. Esta manobra econômica, parte da estratégia "Brasil Soberano", visa fortalecer as indústrias domésticas e mitigar o impacto das crescentes tensões comerciais. A iniciativa inclui apoio financeiro de R$ 30 bilhões (aproximadamente US$ 5,5 bilhões) para produtores locais, com isenções fiscais. O governo também planeja adiar pagamentos de impostos para empresas afetadas e introduzir uma taxa de 5% sobre empresas americanas, com potencial extensão para pequenas e médias empresas até o final de 2026.
Esta medida retaliatória está ligada às ações tomadas pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro, com o Presidente dos EUA, Donald Trump, citando processos contra Bolsonaro como justificativa para tarifas anteriores. O Presidente Lula enfatizou que as crises devem ser vistas como oportunidades para inovação, declarando: "Não podemos ter medo, ficar nervosos e ansiosos quando há uma crise. Uma crise é para criarmos coisas novas." Ele também afirmou que as justificativas para sanções contra o Brasil são infundadas. O Brasil está oferecendo incentivos fiscais de R$ 5 bilhões (aproximadamente US$ 930 milhões) para pequenas e médias empresas até o final de 2026, além de expandir o escopo de apoio para incluir o cancelamento de pedidos de assinatura e a extensão de créditos fiscais sob o regime "drawback". O governo também instruiu instituições públicas a adquirirem bens que não podem mais ser enviados para os EUA.
As repercussões econômicas são significativas, com 36% das exportações brasileiras para os EUA, avaliadas em US$ 14,5 bilhões em 2024, agora sujeitas à tarifa elevada. Setores como café e carne são particularmente afetados, com projeções de perdas de pelo menos US$ 1 bilhão para frigoríficos no segundo semestre de 2025. Embora os EUA tenham concedido isenções para certas exportações estratégicas, como aeronaves civis, suco de laranja e petróleo bruto, produtos como café e carne permanecem sob a tarifa mais alta. O Brasil iniciou consultas na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as medidas dos EUA, alegando inconsistência com acordos comerciais. O cenário diplomático também é complexo, com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciando sanções adicionais contra funcionários brasileiros. O Presidente Lula expressou preferência por negociação em vez de conflito, ressaltando a soberania brasileira. O plano "Brasil Soberano" sinaliza uma estratégia de longo prazo para diversificar mercados de exportação e fortalecer a independência econômica do Brasil.