Em 12 de setembro de 2025, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a "Declaração de Nova Iorque", uma resolução que visa revitalizar a solução de dois estados entre Israel e Palestina. A resolução exclui explicitamente o Hamas do processo de paz, uma medida que gerou reações diversas.
A resolução, apresentada pela França e pela Arábia Saudita, condena os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 e exige a libertação imediata de todos os reféns. Apela a um esforço coletivo para acabar com a guerra em Gaza e estabelecer uma paz duradoura baseada na solução de dois estados. Um ponto crucial da declaração é o apelo para que o Hamas renuncie à sua liderança em Gaza e entregue suas armas à Autoridade Palestina, abrindo caminho para um estado palestino soberano.
Esta votação precede uma cimeira da ONU agendada para 22 de setembro de 2025, em Nova Iorque, copresidida por Riade e Paris. O Presidente francês, Emmanuel Macron, deverá reconhecer formalmente o estado palestino nesta cimeira, alinhando-se com o compromisso histórico da França com uma paz justa e duradoura no Médio Oriente. Várias outras nações também devem reconhecer formalmente o estado palestino, visando aumentar a pressão sobre Israel para cessar as hostilidades em Gaza.
Richard Gowan, Diretor da ONU no International Crisis Group, destacou a importância da Assembleia Geral apoiar um texto que condena diretamente o Hamas, ao mesmo tempo que reconhece que os israelitas poderão considerá-lo insuficiente. Aproximadamente três quartos dos estados membros da ONU já reconhecem o estado palestino proclamado em 1988. No entanto, as preocupações aumentam de que a oportunidade para um estado palestino independente esteja a diminuir devido ao conflito em curso em Gaza e à expansão dos colonatos israelitas. O Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou publicamente o seu compromisso em impedir um estado palestino.
A "Declaração de Nova Iorque" também propõe a criação de uma missão temporária de estabilização internacional sob o mandato do Conselho de Segurança da ONU. Esta missão forneceria apoio à população civil palestina e auxiliaria a Autoridade Palestina nas suas responsabilidades de segurança. A resolução foi apoiada por 142 países, com 10 votos contra e 12 abstenções, sublinhando um amplo consenso internacional sobre o caminho a seguir. Os Estados Unidos e Israel estiveram entre as nações que se opuseram à resolução. A declaração representa um esforço internacional concertado para abordar o complexo conflito israelo-palestiniano e para procurar uma resolução pacífica, enfatizando a necessidade de passos tangíveis, com prazos definidos e irreversíveis em direção a uma solução de dois estados.