O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que está preparado para deixar o cargo assim que a invasão em larga escala pela Rússia chegar ao fim, priorizando a conclusão do conflito em detrimento de um novo mandato.
Em entrevista à Axios, Zelensky expressou abertura para a realização de eleições durante um potencial cessar-fogo, desde que as condições de segurança sejam atendidas e haja apoio dos parceiros da Ucrânia. A legislação ucraniana proíbe eleições sob lei marcial, e a Comissão Eleitoral Central indicou que um período de preparação de nove a doze meses é necessário para organizar tais eleições. O mandato atual de Zelensky, iniciado em 2019, deveria ter terminado em maio de 2024, mas foi estendido devido ao conflito em curso.
A lei marcial, imposta desde a invasão russa em fevereiro de 2022, suspendeu as eleições presidenciais e parlamentares previstas para 2024. A Comissão Eleitoral Central da Ucrânia necessita de um período de nove a doze meses para organizar eleições após o levantamento da lei marcial, um processo logístico complexo em um país devastado pela guerra. A Constituição da Ucrânia proíbe a realização de eleições sob lei marcial, visando garantir a continuidade da governança e o apoio à defesa nacional.
Zelensky afirmou que seu objetivo principal é encerrar a guerra, não buscar um novo mandato. Ele indicou que, se um cessar-fogo fosse acordado, ele pediria ao parlamento para organizar eleições, mas ressaltou que a segurança é primordial. A possibilidade de eleições durante um cessar-fogo foi discutida com líderes internacionais, incluindo o Presidente dos EUA, Donald Trump, que tem questionado a legitimidade da liderança de Zelensky devido à ausência de eleições. No entanto, a maioria dos ucranianos apoia a manutenção de Zelensky no cargo até o fim da lei marcial, priorizando a segurança nacional sobre a transição política imediata.
A realização de eleições em tempos de guerra apresenta desafios consideráveis, incluindo a segurança dos eleitores e a logística de votação para milhões de deslocados internos e refugiados. Organizar eleições pós-guerra exigirá adaptações significativas nos procedimentos eleitorais e na infraestrutura, com a necessidade de novas leis para acomodar as circunstâncias únicas. A Comissão Eleitoral Central está trabalhando na gestão de riscos eleitorais e na preparação para eleições pós-conflito.
A comunidade internacional, através de organizações como o Conselho da Europa e a International IDEA, está oferecendo apoio para garantir que as futuras eleições na Ucrânia sejam democráticas e sigam os padrões internacionais. A declaração de Zelensky reflete uma profunda dedicação ao bem-estar de sua nação, colocando a paz e a estabilidade acima de ambições políticas pessoais. A perspectiva de eleições, embora complexa, sinaliza um caminho para a normalidade democrática, dependente da conquista de um cessar-fogo seguro e da subsequente preparação logística e legal.