Primeiro-Ministro da Tailândia Dissolve o Parlamento em Meio à Escalada de Tensões na Fronteira

Editado por: Svetlana Velgush

Na sexta-feira, 12 de dezembro de 2025, o Primeiro-Ministro da Tailândia, Anutin Charnvirakul, formalizou a dissolução do parlamento. Este ato político desencadeia o processo que culminará em eleições gerais, as quais deverão ocorrer no prazo de 45 a 60 dias. A decisão, formalizada através de um decreto real sancionado pelo Rei Maha Vajiralongkorn, foi apresentada publicamente como um movimento essencial para “devolver o poder político ao povo”.

Anutin Charnvirakul, líder do partido conservador Bhumjaithai, assumiu a chefia de um governo minoritário após a destituição de sua antecessora, Paetongtarn Shinawatra, em 29 de agosto de 2025. A remoção ocorreu por decisão do Tribunal Constitucional, motivada por infrações éticas relacionadas a uma conversa telefônica com o ex-líder cambojano Hun Sen. O Sr. Charnvirakul tomou posse em 24 de setembro de 2025, e sua administração operou desde o início com um mandato limitado, navegando em águas políticas turbulentas.

A dissolução parlamentar ocorreu em um cenário de acentuada escalada no conflito fronteiriço de longa data com o Camboja, que resultou em baixas de ambos os lados durante o mês de dezembro de 2025. Embora a justificativa oficial para a dissolução tenha sido o status da administração como um “governo minoritário”, o que, segundo Anutin, impedia uma governança estável diante dos desafios atuais, a decisão foi acelerada por outras pressões internas. Notavelmente, a ameaça de um voto de desconfiança por parte do Partido Popular (PP), o maior bloco legislativo, surgiu devido ao suposto descumprimento de acordos por parte de Anutin sobre a realização de um referendo para emendas constitucionais.

A intensificação dos confrontos na fronteira, que recomeçaram em 7 de dezembro de 2025, serviu como pano de fundo crítico para esta manobra política. Os combates, que envolveram o uso de artilharia e força aérea, representam uma continuação da disputa que se arrasta desde 28 de maio de 2025. As autoridades tailandesas estimam que, devido aos recentes enfrentamentos, aproximadamente 400 mil residentes das áreas fronteiriças da Tailândia precisaram ser evacuados. Apesar da garantia de Anutin de que a dissolução não afetaria as operações militares, a persistente instabilidade política — que já viu o país mudar de administração três vezes desde agosto de 2023 — levanta sérias dúvidas sobre a estratégia de longo prazo para resolver a questão fronteiriça pendente.

Anutin Charnvirakul permanecerá no comando de um governo interino até que as eleições sejam realizadas, as quais se espera que ocorram até o início de fevereiro de 2026. Anteriormente, sua equipe havia sinalizado um foco em medidas de estímulo econômico de curto prazo. Contudo, o atual desfecho parlamentar aponta para a continuidade de um ciclo de disputas internas entre as elites do país. O resultado da votação vindoura será determinante para definir a trajetória futura da nação, especialmente no contexto da tensão fronteiriça que permanece acesa.

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Fontes

  • Deutsche Welle

  • Deutsche Welle

  • EFE

  • Wikipedia, la enciclopedia libre

  • SWI swissinfo.ch

  • Spanish.xinhuanet.com

  • Reuters

  • The Washington Post

  • CNA

  • Wikipedia

  • Wikipedia

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