A estratégia do Talibã evoluiu para incorporar a inteligência artificial (IA) e plataformas digitais, visando não apenas a disseminação de propaganda e recrutamento, mas também a captação de recursos financeiros. Essa adaptação tecnológica representa um desafio crescente para a segurança global, exigindo contra-medidas e monitoramento financeiro aprimorados.
O grupo tem empregado a geração de conteúdo por IA para amplificar suas mensagens e recrutar combatentes, incluindo a criação de reportagens fictícias em 2024. Paralelamente, o Talibã utiliza sistemas financeiros digitais para facilitar a arrecadação de fundos globalmente, muitas vezes por meio de canais que se apresentam como "higienizados". Relatos indicam que esse crescimento financeiro está ligado ao uso estratégico dessas vias digitais.
No início de 2025, o Talibã teria estabelecido um centro logístico global, demonstrando seu alcance e capacidades operacionais em expansão. Simultaneamente, o grupo tem imposto restrições a organizações internacionais no Afeganistão, enfraquecendo suas capacidades de atuação. A abordagem do Talibã à ajuda humanitária e estrangeira é multifacetada, combinando métodos tradicionais com o uso especializado de conhecimento em fabricação de bombas.
O próprio Talibã reconhece a natureza dual da IA, admitindo que, embora possa ser usada contra eles, também oferece soluções para governos identificarem e combaterem atividades terroristas. Essa consciência reflete a corrida tecnológica em andamento. O grupo busca ativamente métodos não tradicionais, como drones e mídia financeira, para fortalecer seus esforços de contraterrorismo.
A evolução da estratégia de mídia do Talibã, desde os controles rigorosos dos anos 90 até uma presença online robusta, evidencia sua adaptabilidade. Eles passaram de mera propaganda para a busca ativa de seguidores globais, utilizando técnicas psicológicas e uma abordagem multilíngue em plataformas como Twitter e Facebook. Pesquisas de 2022 indicam que o uso estratégico das mídias sociais, com ferramentas de IA para análise de padrões de comunicação, tem sido fundamental em suas operações de influência.
Pesquisas apontam que a IA pode gerar conteúdo hiperpersonalizado para recrutamento e propaganda, além de contornar políticas de moderação de conteúdo. O potencial da IA para amplificar discursos de ódio e ideologias radicais é significativo, com a IA generativa capaz de criar materiais realistas para influenciar indivíduos. Este avanço tecnológico exige um esforço global concertado para desenvolver estratégias de contramedida eficazes contra o terrorismo habilitado por IA. O desafio reside em equilibrar a segurança com a preservação da privacidade e dos direitos humanos.