A Coreia do Norte anunciou ter realizado com sucesso o teste de dois novos mísseis de defesa aérea, em um movimento que intensifica as já elevadas tensões na Península Coreana. O líder norte-coreano, Kim Jong Un, supervisionou pessoalmente os testes, que, segundo a mídia estatal, demonstraram uma capacidade de combate superior contra uma variedade de alvos aéreos, incluindo drones e mísseis de cruzeiro.
A Agência Central de Notícias Coreana (KCNA) detalhou que os sistemas de mísseis aprimorados exibiram uma resposta rápida e características tecnológicas únicas, adequadas para a destruição de ameaças aéreas. Este desenvolvimento militar ocorre em paralelo com os exercícios militares conjuntos em larga escala entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, conhecidos como Ulchi Freedom Shield 2025.
Os exercícios Ulchi Freedom Shield 2025, que começaram em 18 de agosto e vão até 28 de agosto, envolvem aproximadamente 21.000 tropas, incluindo 18.000 sul-coreanos, e se estendem por 11 dias. Kim Jong Un criticou os exercícios como sendo “hostis e confrontacionais” e uma demonstração da vontade de “incendiar uma guerra”, denunciando-os como simulações de invasão.
As ações da Coreia do Norte refletem uma estratégia contínua de expansão de seu arsenal nuclear e desenvolvimento de novas capacidades militares. Kim Jong Un tem enfatizado a necessidade de um “aumento radical” na estratégia militar do país para contrabalançar o que ele percebe como ameaças crescentes, uma postura consistente com planos anunciados em janeiro de 2025 para aumentar exponencialmente o arsenal nuclear e desenvolver um novo míssil balístico intercontinental (ICBM).
Especialistas sugerem que esses testes de mísseis de defesa aérea podem ser uma resposta direta aos exercícios Ulchi Freedom Shield, refletindo um padrão cíclico de resposta e contra-resposta na dinâmica de segurança regional. Os exercícios Ulchi Freedom Shield 2025 visam fortalecer a prontidão de defesa combinada e as capacidades de resposta da aliança EUA-Coreia do Sul em todos os domínios, incluindo simulações de comando e controle, e treinamento de campo para aprimorar a interoperabilidade.
A Coreia do Sul expressou que os exercícios são de natureza defensiva, ao mesmo tempo em que busca enviar mensagens de paz para a Coreia do Norte, embora reconheça a complexidade das relações intercoreanas. O teste de mísseis pela Coreia do Norte e a retórica de Kim Jong Un destacam a persistente instabilidade na Península Coreana e a contínua busca de Pyongyang por avanços militares, sublinhando a importância de vigilância constante e esforços diplomáticos para gerenciar as tensões e promover a estabilidade regional.