Espaço Aéreo Romeno Violado por Drone Russo; OTAN Reforça Flanco Oriental
Editado por: Svetlana Velgush
Em 13 de setembro de 2025, o espaço aéreo romeno foi violado por um drone russo, parte de um ataque mais amplo contra a Ucrânia. O incidente levou a Romênia a mobilizar caças F-16 e Eurofighter para interceptar a aeronave não tripulada, que permaneceu no espaço aéreo da OTAN por aproximadamente 50 minutos, adentrando cerca de 10 quilômetros em território romeno antes de desaparecer do radar perto da vila de Chilia Veche.
O Ministério da Defesa Nacional da Romênia confirmou que os pilotos dos F-16 quase conseguiram interceptar o drone antes de sua saída do espaço aéreo romeno em direção à Ucrânia. O Ministro da Defesa, Ionut Mosteanu, assegurou que a população romena não esteve em perigo, mas classificou as ações da Rússia como imprudentes e uma ameaça à estabilidade regional.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, condenou o ato, descrevendo-o como uma expansão deliberada da guerra por parte da Rússia e solicitando sanções mais rigorosas e medidas de defesa coletiva. A Suécia, através de sua Ministra das Relações Exteriores, Maria Malmer Stenergard, também expressou forte solidariedade com a Romênia, considerando a incursão uma violação inaceitável do espaço aéreo da OTAN. O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, classificou o desenvolvimento como inaceitável, lamentável e perigoso, enfatizando a necessidade de consulta entre aliados.
Este evento ocorre em um contexto de crescente tensão, seguindo um incidente anterior onde a Polônia abateu drones russos que violaram seu espaço aéreo, marcando a primeira vez que um membro da OTAN agiu contra drones russos em seu território desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia em 2022. A Rússia negou ter visado o território polonês.
Em resposta a essas violações e ao comportamento agressivo da Rússia, a OTAN anunciou o lançamento da operação "Eastern Sentry", uma iniciativa para reforçar as defesas em seu flanco oriental, abrangendo desde os Estados Bálticos até a Romênia e a Bulgária. Esta operação integrará capacidades aéreas, terrestres, marítimas e cibernéticas, com contribuições já confirmadas de países como Dinamarca, França, Reino Unido e Alemanha. A iniciativa visa aumentar a flexibilidade e a força da postura da OTAN, permitindo a concentração de forças onde as ameaças surgem e melhorando a comunicação em toda a região.
A Romênia, em antecipação a tais incidentes, aprovou legislação em fevereiro que permite às Forças Armadas abater drones que violem seu espaço aéreo, embora as regras de execução ainda estejam em fase de finalização. O incidente sublinha os riscos de contágio do conflito na Ucrânia para o território da OTAN e a importância da coordenação da defesa aérea da Aliança. A situação também levanta questões sobre a capacidade da OTAN de responder a ataques massivos de drones, um elemento recorrente na guerra na Ucrânia.
Fontes
Al Jazeera Online
Al Jazeera
Leia mais notícias sobre este tema:
Encontrou um erro ou imprecisão?
Vamos considerar seus comentários assim que possível.
