Londres foi palco de um grande protesto em 6 de setembro de 2025, com cerca de 1.500 pessoas reunidas em frente ao Parlamento Britânico para demonstrar apoio ao grupo Palestina Action. A manifestação, organizada pelo coletivo Defend Our Juries, resultou na detenção de mais de 400 indivíduos pela Polícia Metropolitana, sob a alegação de violação do Ato de Terrorismo de 2000.
A proibição do Palestina Action como organização terrorista pelo governo do Reino Unido ocorreu em julho de 2025, após atos de vandalismo em bases militares, incluindo a RAF Brize Norton, onde ativistas danificaram aeronaves em protesto contra o apoio britânico às ações de Israel em Gaza. Esta decisão gerou um debate significativo sobre os limites entre segurança nacional e liberdade de expressão.
Durante o protesto, manifestantes exibiram faixas com mensagens como "Eu oponho-me ao genocídio. Eu apoio o Palestina Action", expressando solidariedade com o grupo. A Polícia Metropolitana atuou com base no Ato de Terrorismo de 2000, que criminaliza o apoio a organizações proscritas, com penas que podem chegar a 14 anos de prisão. Relatos indicam que mais de 850 detenções foram efetuadas ao abrigo desta legislação, além de outras por delitos como agressão a agentes.
Organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional, e especialistas da ONU, incluindo o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, expressaram preocupação com a proscrição do Palestina Action. As críticas apontam para uma medida desproporcional que pode sufocar a liberdade de expressão e o direito ao protesto pacífico, com alertas de que leis antiterrorismo estão sendo aplicadas a condutas que não configuram terrorismo, arriscando a restrição de liberdades fundamentais.
Grupos de defesa de direitos civis argumentam que a legislação antiterrorismo está sendo usada para silenciar a dissidência e criminalizar o ativismo legítimo. O Palestina Action obteve permissão do Supremo Tribunal para contestar a sua proscrição, alegando interferência desproporcional nos direitos à liberdade de expressão e de reunião. O caso levanta questões cruciais sobre a aplicação de leis antiterrorismo em contextos de protesto político e o potencial efeito inibidor sobre o discurso legítimo.
O evento em Londres destaca a complexa tensão entre as medidas de segurança do Estado e as liberdades civis. A ampla resposta policial e o elevado número de detenções refletem uma aplicação rigorosa da legislação antiterrorismo, enquanto as críticas de organizações internacionais e ativistas sublinham um debate contínuo sobre a proporcionalidade e o impacto dessas leis nos direitos fundamentais.