O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyyed Abbas Araghchi, anunciou em 7 de setembro de 2025 a disposição de Teerã em negociar um novo acordo nuclear com França, Reino Unido e Alemanha. A proposta iraniana inclui restrições ao enriquecimento de urânio e a aceitação de supervisão rigorosa, em contrapartida à suspensão das sanções internacionais impostas após a saída dos Estados Unidos do acordo de 2015.
Este movimento diplomático ocorre em um contexto de crescentes tensões, com as nações europeias acusando o Irã de violar seus compromissos nucleares e estabelecendo um prazo, associado ao final de agosto, para um retorno substancial do Irã às negociações, sob pena de acionar o mecanismo de "snapback" para restabelecer sanções da ONU. A União Europeia busca retomar o protagonismo nas discussões, anteriormente lideradas pelos EUA.
A preocupação internacional central é o programa nuclear iraniano, especialmente o enriquecimento de urânio. Especialistas explicam que o processo utiliza centrífugas para aumentar a concentração do isótopo urânio-235. Enquanto níveis de até 5% são necessários para energia nuclear civil, níveis próximos a 90% são considerados grau militar, essenciais para armas nucleares.
Relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indicam que, até meados de junho de 2025, o Irã acumulou 440,9 quilogramas de urânio enriquecido a 60%. Especialistas analisam que essa quantidade está tecnicamente a um passo de se tornar material para armas nucleares, contrariando a alegação iraniana de fins exclusivamente pacíficos.
O Diretor-Geral da AIEA, Rafael Grossi, tem pressionado o Irã a retomar as inspeções nucleares, alertando que as negociações não podem se prolongar indefinidamente, especialmente após o Irã ter suspendido a cooperação com a agência em junho, na sequência de ataques a instalações nucleares. A China e a Rússia posicionam-se contra novas sanções europeias, defendendo a diplomacia multilateral.
Internamente, o Irã faz afirmações que indicam um objetivo de desenvolvimento de armas nucleares, apesar de declarar buscar um programa pacífico. A situação atual é um ponto crítico nas relações internacionais, exigindo um caminho diplomático para a estabilidade regional e a segurança global, baseado em transparência e confiança mútua.