Parlamento Europeu Adiciona Dissidentes das FARC, ELN e Cartel de los Soles à Lista de Terroristas da UE

Editado por: Татьяна Гуринович

O Parlamento Europeu aprovou uma resolução em 11 de setembro de 2025, adicionando dissidentes das FARC, o ELN e o Cartel de los Soles à lista de organizações terroristas da União Europeia. A decisão foi tomada com 355 votos a favor, 153 contra e 15 abstenções, refletindo uma postura mais firme contra grupos que perpetuam a violência na Colômbia e em regiões vizinhas.

A resolução surge em resposta ao aumento da violência na Colômbia, incluindo relatos de ataques e massacres. O Cartel de los Soles, uma alegada rede criminosa venezuelana ligada a figuras de alto escalão do regime, tem sido associado ao narcotráfico e ao financiamento de grupos terroristas. Os Estados Unidos já haviam sancionado o grupo em julho de 2025 como uma organização terrorista global, citando seu papel no narcoterrorismo e no apoio a grupos como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa.

O nome "Soles" remonta às insígnias de sol usadas por generais venezuelanos, com alegações de que o cartel opera desde o início dos anos 2000, utilizando o controle militar sobre portos e aeroportos para facilitar o tráfico de drogas. O ELN já figura na lista de terroristas da UE, enquanto os grupos dissidentes das FARC, como a Segunda Marquetalia e o Estado Maior Central, têm sido responsáveis por ataques sistemáticos contra civis e forças de segurança.

A União Europeia havia removido as FARC originais de sua lista de terroristas após o acordo de paz de 2016, mas a persistência de grupos dissidentes levou a esta reavaliação. Vincent Vaillies, coordenador da rede europeia OIDHACO, expressou preocupação de que a designação possa prejudicar futuras negociações de paz, lembrando que o apoio anterior da UE às conversações com as FARC foi dificultado por sua inclusão na lista de terroristas.

Jesús Albeiro Parra, coordenador da Coordenação Regional do Pacífico Colombiano (CRPC), criticou a designação como hipócrita, argumentando que esses grupos são, em parte, criações de setores políticos colombianos que agora servem ao narcotráfico. Parra alertou que a cessação das negociações significaria uma guerra total para as comunidades afetadas.

A resolução do Parlamento Europeu destaca a complexidade da situação na Colômbia, onde a violência organizada e o crime transnacional persistem apesar dos esforços de paz. As regiões fronteiriças com a Venezuela são particularmente problemáticas, servindo como corredores para o tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro, facilitados por estruturas transnacionais que fortalecem os grupos insurgentes e dissidentes colombianos. A medida visa alinhar as políticas da UE com a realidade em campo, reconhecendo a necessidade de combater novas ameaças terroristas e criminosas no contexto pós-acordo de paz, contribuindo para a estabilidade regional e a soberania colombiana.

Fontes

  • Deutsche Welle

  • Reuters

  • Cadena SER

  • Huffington Post España

  • Vanguardia

  • Diario Libre

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