O Kremlin reafirmou seu compromisso em prosseguir com as operações militares na Ucrânia, citando interesses nacionais e objetivos de longo prazo como justificativa. Essa posição surge em resposta às declarações de apoio do presidente dos EUA, Donald Trump, à Ucrânia e às suas críticas à Rússia, que ele descreveu como um "tigre de papel" com uma economia em declínio.
Moscou, através de seu porta-voz Dmitry Peskov, rebateu a caracterização de Trump, comparando a Rússia a um "urso" e rejeitando a ideia de que a Ucrânia possa recuperar territórios ocupados. Peskov também minimizou os resultados de uma recente cúpula entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin, descrevendo-os como "próximos de zero". A Rússia tem intensificado suas ações militares, incluindo violações do espaço aéreo de países como Estônia e Polônia, o que levou a OTAN a reafirmar seu compromisso com o Artigo 5 de defesa coletiva. Um incidente envolvendo distúrbios de GPS em um voo militar espanhol perto do exclave russo de Kaliningrado, suspeito de ter origem russa, adiciona outra camada de complexidade, ecoando um evento anterior envolvendo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A Espanha, assim como outros países bálticos, tem relatado incidentes de interferência de GPS, que a Rússia nega.
A OTAN, por sua vez, prometeu uma resposta "robusta" a essas violações, reforçando sua postura ao longo da fronteira oriental com a operação "Eastern Sentry". Enquanto isso, a Ucrânia tem intensificado seus ataques com drones contra instalações industriais russas, incluindo uma refinaria de petróleo em Bashkortostan. Essas ações visam pressionar Moscou em meio à estagnação das negociações de paz.
Análises indicam que esses ataques com drones podem ter desativado cerca de 10% da capacidade de refino da Rússia, impactando suas exportações de diesel e causando escassez de gasolina em algumas regiões. A estratégia ucraniana de atingir a infraestrutura energética russa, incluindo refinarias e terminais de exportação, tem como objetivo minar a capacidade de financiamento da guerra por parte da Rússia. A campanha de drones atingiu 16 das 38 refinarias russas desde agosto, causando disrupções em mais de 1 milhão de barris por dia de capacidade de processamento, segundo o Financial Times. Esses ataques criam efeitos cascata que corroem a resiliência econômica da Rússia e expõem vulnerabilidades em sua economia dependente de energia.
A situação reflete um cenário de crescente tensão geopolítica, com a Rússia mantendo sua determinação em continuar suas operações, enquanto os EUA e a OTAN respondem a um padrão de comportamento russo considerado cada vez mais irresponsável e perigoso para a estabilidade regional.