Israel Enfrenta Oposição Generalizada ao Plano de Ocupação de Gaza; Netanyahu Promete Transferência para Forças Árabes
Editado por: Tatyana Hurynovich
Em 7 de agosto de 2025, o Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou planos para que Israel assuma o controle militar total da Faixa de Gaza, com o objetivo de erradicar o Hamas e, eventualmente, transferir a governança para forças árabes. A proposta, denominada "Operação Carruagens de Gideão", enfrenta forte oposição interna e internacional, devido a preocupações com um conflito prolongado e suas consequências humanitárias. Netanyahu declarou que Israel não busca uma ocupação permanente nem governar o território, mas sim estabelecer um perímetro de segurança e ceder a responsabilidade a "forças árabes" capazes de administrar Gaza de forma eficaz e sem ameaçar Israel.
A decisão surge em meio a críticas sobre a guerra de quase dois anos no enclave. O plano, em consideração pelo gabinete de segurança israelense, prevê uma campanha de quatro a cinco meses em Gaza para eliminar o Hamas. No entanto, o Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), Tenente-General Eyal Zamir, expressou reservas, alertando que uma tomada completa poderia envolver Israel em um conflito custoso e de longo prazo, além de colocar em risco a segurança dos reféns. A comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, manifestou profunda preocupação com as potenciais consequências humanitárias catastróficas. Relatórios indicam que a situação humanitária em Gaza é "além do catastrófico", com fome e mortes por desnutrição em ascensão. O número de mortos palestinos desde o início da guerra, após o ataque de 7 de outubro de 2023, ultrapassa 61.000, com mais de 151.000 feridos.
Internamente, o plano também gerou forte oposição. Protestos em Israel pedem o fim da guerra e um acordo para libertar os reféns. O Fórum das Famílias dos Reféns instou os militares a se oporem a uma ofensiva mais ampla, argumentando que qualquer decisão que prolongue a guerra colocará em risco a vida dos reféns restantes, dos quais cerca de 50 ainda estão em Gaza, com 20 acreditando-se estarem vivos. Analistas sugerem que a proposta de ocupação de Gaza pode ser uma tática de Netanyahu para pressionar o Hamas a retornar às negociações, após o colapso das conversações de cessar-fogo em julho. Contudo, a expansão das operações militares também pode satisfazer os parceiros de coalizão de extrema-direita de Netanyahu, que defendem a ocupação israelense como a única forma de derrubar o Hamas. A situação em Gaza continua a ser um ponto crítico de tensão regional e internacional, com apelos urgentes por uma resolução pacífica e atenção às necessidades humanitárias da população civil.
Fontes
New York Post
Al Jazeera
CNN
The Times of Israel
DW
The Guardian
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