As tensões na Faixa de Gaza atingiram um ponto crítico, com Israel emitindo um aviso severo sobre a potencial destruição total da Cidade de Gaza, a menos que o Hamas cumpra exigências de cessar-fogo e libertação de reféns. Esta ameaça surge enquanto o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu ordenou a preparação para uma ofensiva terrestre em larga escala contra o que é considerado um reduto chave do Hamas.
A situação humanitária na região deteriorou-se drasticamente, com confirmações de fome e críticas internacionais crescentes às ações de Israel. O Ministro da Defesa de Israel emitiu um alerta contundente, indicando que a Cidade de Gaza poderia enfrentar aniquilação se o Hamas não atender às demandas israelenses, que incluem a libertação de todos os reféns e o desarmamento completo do grupo. Paralelamente, o Primeiro-Ministro Netanyahu direcionou as Forças de Defesa de Israel (IDF) a se prepararem para uma operação terrestre significativa, que poderia começar nos próximos dias.
Relatos indicam que ataques aéreos israelenses já causaram baixas civis, com pelo menos 17 palestinos mortos em um incidente recente, incluindo sete em uma escola na Cidade de Gaza. O cenário humanitário é alarmante, com agências da ONU, como a FAO, UNICEF, WFP e WHO, confirmando a existência de fome em Gaza. Mais de meio milhão de pessoas enfrentam condições de fome catastrófica, com taxas de desnutrição aguda em crianças na Cidade de Gaza excedendo um em cada quatro. Essas organizações reiteram um apelo urgente por um cessar-fogo imediato e acesso humanitário irrestrito para conter as mortes por fome e desnutrição, destacando que a crise é de origem humana e poderia ter sido evitada com um fluxo constante de ajuda.
A iminente ofensiva israelense gerou condenação generalizada da comunidade internacional. Vinte e um países, incluindo o Reino Unido, Alemanha, Itália, Nova Zelândia e Austrália, emitiram uma declaração conjunta condenando os planos de Israel de assumir o controle total da Cidade de Gaza, alertando que tais ações agravarão a situação já catastrófica e podem levar a um deslocamento em massa, mortes e destruição. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com o risco de um "capítulo horripilante" no conflito, enquanto o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, classificou o plano como contrário ao direito internacional.
Em meio a essa escalada, esforços diplomáticos para um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns continuam. O Hamas informou ter aceitado uma proposta de cessar-fogo de 60 dias, que incluiria a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos. No entanto, Israel ainda não respondeu formalmente à proposta mais recente, mantendo suas exigências de desarmamento e a libertação de todos os reféns. A situação é complexa, com protestos em Israel exigindo um acordo para a libertação dos reféns, enquanto o governo enfrenta pressões internas para prosseguir com os objetivos militares.
O contexto mais amplo remonta ao ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a atual fase do conflito. Desde então, mais de 62.000 palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, e a infraestrutura vital foi severamente danificada. A crise humanitária é agravada por um bloqueio que restringe o acesso a alimentos, água e suprimentos médicos. A comunidade internacional observa com apreensão, temendo que a intensificação das operações militares na Cidade de Gaza resulte em perdas humanas ainda maiores e instabilidade regional prolongada, em um momento em que também se intensificam as preocupações com a expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia, vistas por muitos como um obstáculo à paz.