França Suspende Cooperação Antiterrorismo com Mali Após Acusações e Expulsões Diplomáticas

Editado por: Татьяна Гуринович

As relações diplomáticas entre a França e o Mali atingiram um novo pico de tensão em setembro de 2025, levando à suspensão da cooperação antiterrorismo francesa e à expulsão de diplomatas malianos de Paris. Esta medida drástica surge na sequência da detenção de Yann Vezilier, um cidadão francês no Mali, acusado pelas autoridades malianas de conspirar para desestabilizar o país, alegações que a França refuta veementemente.

O Mali deteve Vezilier em 15 de agosto de 2025, juntamente com dois generais malianos e outros militares, alegando que ele atuava em nome dos serviços de inteligência franceses. As autoridades malianas afirmam que Vezilier mobilizou líderes políticos, figuras da sociedade civil e pessoal militar para atividades criminosas destinadas a desestabilizar o governo. A França, por sua vez, classificou estas acusações como infundadas e declarou que Vezilier era um membro acreditado da embaixada francesa em Bamako, invocando a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que garante imunidade a diplomatas.

Em resposta à detenção de Vezilier, a França exigiu a sua libertação imediata e declarou dois funcionários das embaixadas e consulados malianos em Paris como persona non grata. Em retaliação, o Mali declarou cinco membros da embaixada francesa em Bamako como persona non grata. Esta escalada diplomática reflete o contínuo declínio nas relações entre a França e o Mali, que se deterioraram significativamente desde que a junta militar liderada pelo Presidente Assimi Goïta assumiu o poder em 2020 e 2021.

O Mali tem vindo a afastar-se dos seus parceiros ocidentais tradicionais, procurando em vez disso apoio de segurança da Rússia. Esta mudança de alianças e a crescente tensão com a França ocorrem num contexto de instabilidade persistente no Sahel, onde grupos armados afiliados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico continuam a representar uma ameaça significativa. A decisão de Goïta de estender o seu próprio mandato presidencial até 2030, apesar das promessas anteriores de retorno à governação civil, também contribui para o isolamento diplomático do país e para o aumento das preocupações sobre a governação democrática na região.

A suspensão da cooperação antiterrorismo tem implicações profundas para a segurança regional, especialmente considerando os esforços contínuos para combater o extremismo e o terrorismo no Sahel. A França, que já retirou as suas forças militares do Mali, vê esta situação como um obstáculo adicional aos seus esforços de estabilização na região. A situação sublinha a complexa teia de relações geopolíticas e os desafios de segurança que moldam o futuro do Mali e do Sahel.

Fontes

  • Al Jazeera Online

  • Al Jazeera

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